`Rei dos bordões´: Silvio Luiz um dos maiores narradores do país, morre aos 89 anos

Morreu nesta quinta-feira, 16, o comentarista Silvio Luiz, aos 89 anos. Ele estava internado no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, desde 8 de maio, e foi à óbito em decorrência de falência múltipla de órgãos. A informação foi confirmada pelo hospital à IstoÉ Gente.

Silvio Luiz vinha enfrentando uma série de problemas de saúde não especificados. Em 7 de abril, o veterano sofreu um mal súbito durante a narração de Palmeiras x Santos, pela final do Campeonato Paulista, e teve de se ausentar da partida, ficando hospitalizado por 23 dias. Nove dias depois da alta médica, o jornalista voltou a ser hospitalizado pela última vez antes de sua morte.

Dono de um humor ácido, Silvio Luiz foi o criador de bordões como “pelo amor dos meus filhinhos”, “olho no lance”, “confira comigo no replay” e mais. Ele deixa a esposa, a cantora Márcia, com quem era casado desde 1969, e três filhos.

Carreira

Filho de Elizabeth Darcy, uma das primeiras mulheres na locução, Silvio Luiz atuou nas novelas “Éramos Seis” e “Cela da Morte”, na TV Record, nas décadas de 1950 e 1960 — à época, ele também já trabalhava com jornalismo de esportes e tinha até sido ganhador do prêmio Roquete Pinto de melhor repórter esportivo.

Em 1965, formou-se árbitro de futebol e seguiu na profissão até a década de 1970, quando retornou à Record para se tornar diretor de programação e locutor esportivo.

Ao longo das décadas, colecionou prêmios de jornalismo fez parte de diversas emissoras de televisão e rádio. Integram a lista TV Paulista, Rádio Bandeirantes, Rádio Record, TV Excelsior, SBT, RedeTV! e Band.

O narrador ficou muito conhecido pelos seus bordões durante as narrações que ficaram gravados no imaginário dos fãs de esporte.

No fim de sua carreira, o veterano trabalhava como comentarista esportivo no programa “Confira Comigo no Replay”, do “R7 Esportes”.

Os Bordões

  • “Olho no lance”: Silvio usava em jogadas de perigo potencial para reforçar a atenção do telespectador.
  • “Pelo amor dos meus filhinhos”: Para as jogadas consideradas inacreditáveis, como um gol perdido ou outro erro grosseiro.
  • “No pau!”: O grito dele para descrever o chute na trave causava um impacto mais forte do que a própria pancada da bola.
  • “Pelas barbas do profeta”: Expressão semelhante utilizada para lances desperdiçados de forma bisonha.
  • “Mandar no meio do pagode: Quando a bola era alçada para o meio da área.
  • “Queimou o filme”: Usado principalmente quando a seleção brasileira tomava gol.
  • “Foi, foi, foi, foi ele, o craque da camisa número…”: Empregado para destacar o autor de um gol — e usado como auxílio até identificar o jogador.
  • “Balançou o capim no fundo do gol”: Usado para enfeitar após a narração de um gol.
  • “No meio da caneta dele”: Quando um jogador acertava a bola no meio do vão das pernas do adversário.
  • “O que é que só você viu?”: Pergunta que sintetizava com perfeição o bom trabalho de um repórter à beira do campo para registrar o que as câmeras não trouxeram no gol.

Por que nunca gritava gol?

Silvio revelou que o bordão servia para ele ganhar tempo e afirmou que não gritava “gol” para fugir do óbvio.

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