Lula atribui alta do dólar a uma “especulação contra o real”

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que a recente alta do dólar, que fechou a R$ 5,65, é uma crise “inventada” por interesses especulativos. Durante uma entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador, Lula expressou sua preocupação com a valorização da moeda americana, mas sugeriu que a crise é fabricada para criar um cenário de instabilidade.

Lula destacou que o aumento do dólar ocorreu antes de uma entrevista concedida ao UOL na semana passada, desmentindo acusações de que suas declarações teriam causado a valorização. “A gente não pode inventar as crises, a gente não pode jogar a culpa. Na semana passada, eu dei uma entrevista no UOL. Depois da entrevista, alguns especialistas começaram a dizer que o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula, e nós fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista. É um absurdo”, afirmou.

Preocupado com a especulação, o presidente anunciou que voltará a Brasília na quarta-feira para discutir medidas contra o que chamou de “jogo de interesses especulativos”. “Não é normal o que está acontecendo”, disse Lula, sem revelar detalhes sobre as ações que pretende adotar, para não alertar seus “adversários”.

Lula também ressaltou os indicadores econômicos positivos do Brasil, como o crescimento do PIB, a queda do desemprego e o aumento da renda da massa salarial, para argumentar que não há razão para pânico. “Se você pegar os dados da economia, você vai perceber que o PIB está crescendo mais do que a previsão do mercado, o desemprego está caindo mais do que a previsão do mercado, que a renda da massa salarial está crescendo mais do que a previsão do mercado”, enumerou.

Críticas ao Banco Central e à Autonomia

O presidente voltou a criticar o Banco Central e seu chefe, Roberto Campos Neto, afirmando que a instituição não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado. Lula defendeu que, durante seus oito anos de mandato anterior, o Banco Central teve total autonomia, e que a troca de presidentes da instituição é normal. “Alguém pode falar que o [Henrique] Meirelles não teve autonomia? E ele ficou oito anos do meu mandato”, lembrou.

Lula sugeriu que o atual presidente do Banco Central tem um “viés político” e criticou a ideia de que o presidente da República não pode indicar o chefe da autarquia. “Agora o que não dá é pra você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político, definitivamente eu acho que ele tem um viés político”, declarou.

O presidente reforçou que a meta de inflação de 3% será mantida e que o Banco Central deve cuidar da política monetária do país. Lula concluiu a entrevista reiterando seu compromisso com a responsabilidade fiscal e criticando a ideia de cortar benefícios sociais como o Bolsa Família e o salário mínimo.

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