O regime do presidente Daniel Ortega concedeu um prazo de 15 dias para que o embaixador brasileiro deixe o país
O governo da Nicarágua determinou a expulsão do embaixador brasileiro Breno de Souza Brasil Dias da Costa, conforme reportado pelo portal de notícias Divergentes.
A decisão foi tomada após a ausência do diplomata em um evento oficial. O regime do presidente Daniel Ortega concedeu um prazo de 15 dias para que Costa deixe o país.
Fontes mencionadas pelo portal indicam que Brasília optou por não tornar pública a expulsão para evitar maiores repercussões e tentou sem sucesso reverter a decisão. Por ora, apenas um encarregado de negócios permanecerá na embaixada em Manágua, a capital nicaraguense.
A expulsão ocorreu após a ausência do embaixador na celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista, realizada em 19 de julho. A cerimônia contou com a presença de poucas delegações, sendo notada apenas a presença de representantes de Cuba, Venezuela e Rússia.
Embora os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Daniel Ortega tenham mantido uma relação próxima por muitos anos, a relação entre eles deteriorou-se recentemente. Lula passou a criticar Ortega por suas políticas autoritárias.
Em uma entrevista concedida em Manágua no dia 22 de julho, Lula revelou que não conseguia contatar Ortega desde junho do ano anterior. Pouco antes, o papa Francisco havia solicitado a intervenção de Lula na questão do bispo de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, que foi condenado a 26 anos de prisão por “traição ao país”. Desde janeiro, Álvarez está exilado em Roma.