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Famílias pedem que autoridades devolvam crianças resgatadas de seita judaica na Guatemala

Ministério público do país resgatou 160 crianças na última sexta-feira; seita era investigada por supostos abusos sexuais de menores. Membros do Lev Tahor em San Juan La Laguna, em imagem de agosto de 2014
REUTERS/Jorge Dan Lopez
Os familiares das 160 crianças que foram resgatadas de uma seita judaica ultraortodoxa na Guatemala se concentraram, neste domingo (22), nos arredores de um abrigo da capital para exigir que essas crianças sejam devolvidas pelas autoridades.
Os familiares se concentraram em uma rua em frente à sede do chamado Centro de Atenção Especial para Crianças Alida España, para onde os menores foram levados.
“Queremos que deixem sair daqui” as crianças, disse à AFP um representante dos familiares, Uriel Goldman, enquanto observava vários policiais que vigiavam o local.
Na última sexta-feira (20), as autoridades da Guatemala resgataram 160 crianças em um sítio da seita Lev Tahor, que era investigada por supostos abusos sexuais de menores.
A propriedade da seita, que foi alvo de uma batida, situa-se no município de Oratorio, 60 km a sudoeste da capital.
Segundo o Ministério Público (MP), a operação que resgatou as crianças foi feita pela “suspeita” de crimes de tráfico de seres humanos “na modalidade de gravidez forçada, maus-tratos contra menores de idade e estupro”.
De acordo com o MP, a ossada de um menor supostamente foi encontrada durante a operação.
Goldman afirmou que os apontamentos contra a seita judaica ultraortodoxa eram “mentiras”.
“As autoridades fizeram uma investigação muito grande aqui na Guatemala, com informes, dizem mentiras com denúncias falsas”, assinalou Goldman.
A seita Lev Tahor estava na mira das autoridades por denúncias de abuso infantil, casamentos forçados e gestações de adolescentes.
A seita judaica ultraortodoxa acusada de tráfico de pessoas e abuso sexual no México
A seita, que se instalou em Oratorio em 2016, após ter sido expulsa de um povoado maia em 2014 por conflitos com os locais, qualificou as investigações como “perseguição religiosa”.
“Há pressão de fora (para) destruir a comunidade, pedimos o apoio do mundo”, afirmou o representante das famílias.
A Lev Tahor foi criada nos anos 1980 e seus membros, que vestem túnicas escuras e praticam uma versão ultraortodoxa do judaísmo, se estabeleceram na Guatemala em 2013.
As autoridades estimam que o grupo seja formado por 50 famílias, principalmente de Guatemala, Estados Unidos e Canadá.
Membros de seita judia no México escapam de prisão
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Fonte: G1

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