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Com câmbio a favor, Santa Catarina vive expectativa por aumento de turistas argentinos

A presença do turista argentino no Brasil, especialmente nas praias, não é novidade. Mas, com o câmbio fortemente favorável na atual temporada, a expectativa de quem trabalha com turismo é ver ainda mais pessoas do país vizinho circulando nas areias do litoral brasileiro, especialmente o de Santa Catarina.

Ao todo, o Brasil registrou a entrada de mais de 6,6 milhões de turistas internacionais no ano passado. E os argentinos são a maior fatia —1.953.548 desembarcaram no país, segundo dados divulgados nesta terça-feira (7) pelo Ministério do Turismo, Embratur e Polícia Federal.

Em 2024, Santa Catarina recebeu mais de 495 mil turistas internacionais, um aumento de 71,7% em comparação com 2023.

No estado, a maior presença de argentinos já é visível, segundo a secretária de Turismo de Florianópolis, Zena Becker. “Desde 1980 que o argentino vem para o Brasil, em especial para Florianópolis, para passar suas férias. Já é uma cultura. Por vários fatores: primeiro pela proximidade, muitos vêm de carro. Segundo porque nossas águas são mais quentes do que na Argentina, as praias de Mar del Plata são geladas. E terceiro por causa do câmbio, que hoje está favorável a eles”, afirma.

Ela se refere à valorização do peso promovida pelo governo da Argentina, onde a economia é dolarizada – nesta sexta-feira (10) o dólar seguia acima de R$ 6.

“Houve ano, 2013, 2014, por exemplo, que diminuiu o fluxo de argentino aqui. Mas agora já sentimos que haverá um crescimento”, continua Becker, ao citar os números já disponíveis.

“Segundo dados do aeroporto e da rodoviária, nós vamos ter um acréscimo de 15% do turista argentino em Florianópolis. Fora aqueles que vêm de carro, que aí não tem como medir. E ônibus de agências de viagens também não está na conta ainda”, explica ela.

A prefeitura de Florianópolis prevê receber 2,5 milhões de turistas —não apenas da Argentina— durante toda a alta temporada, que começou no início de dezembro e segue até final de março.

“Entre os turistas de fora, Argentina ainda é o nosso maior mercado. Mas a gente percebe que a presença de chilenos também vai aumentar”, diz.

Presidente do Sindilojas de Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos do estado, Rosemari Tomazoni tem a mesma percepção sobre o aumento do turista argentino. “O argentino sempre vem em massa depois do Natal. Mas, com o aumento do dólar, fica mais viável para eles estarem com a gente aqui. E há anos isso não acontecia por causa da economia.”

“Não posso falar ainda em números. É cedo. Mas posso dizer que é visível [a presença deles]. A gente já percebe a chegada deles no comércio, especialmente nos últimos dias. Estão chegando e estão comprando”, conta ela.

O espanhol é ouvido com frequência nas ruas de Balneário Camboriú. Brasileiros na cidade contam que costumam ser abordados primeiro em espanhol, por trabalhadores que oferecem um cardápio de um restaurante ou um roteiro de passeio. Depois, precisam explicar que falam português.

Outro sinal da “invasão” na cidade são as placas de carro com a inscrição “Argentina”. E os principais pontos turísticos da cidade estão lotados.

A química Marcela Urretabizkaya, 66, conta que veio de veleiro para o Brasil com o marido, Julio Giordano, 69. O casal argentino saiu de Buenos Aires e está indo em direção ao Sudeste do país, em uma viagem que deve durar dois meses. Eles passaram a virada do ano em Porto Belo (SC), e depois seguiram até a marina de Itajaí (SC), onde permaneceram por três dias —foi a primeira vez que estiveram no local.

Marcela explica que a viagem já estava planejada antes da valorização do peso argentino. Porém, o câmbio favorável agradou o casal.

“Ao sair da Argentina a diferença não foi importante. Atualmente está mais acessível para nós, mas os marinheiros gastam principalmente para comer, comprar comida. E ainda gosto de poder comer fora. Principalmente peixes, mariscos, que no Brasil são excelentes, além das caipirinhas”, conta a velejadora.

É a primeira vez que a família veleja pela costa brasileira. Antes, faziam a viagem em solo. “Por terra, de carro, viemos várias vezes.”

Já a comerciante Virginia Viera, 45, diz que vem ao Brasil há 30 anos. Nesta temporada, veio com a família passar 15 dias em Balneário Camboriú e aproveitou o peso argentino valorizado.

“Obviamente este ano está mais acessível para nós. Fomos a praias próximas, como Estaleiro e dos Amores [ambas em Balneário Camboriú]”, conta a comerciante.

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