Um dos principais objetivos dos grupos para os próximos meses é o de desmontar a tese de que Trump venceu por uma ampla margem de votos. “Iremos às ruas e vamos protestar por quatro anos”, prometeu um dos organizadores da passeada, chamada de “Marcha do Povo”.
Na conta final, Kamala Harris ficou com 75 milhões de votos, contra 77,3 milhões para o republicano. Em 2008, Barack Obama obteve 69,4 milhões de votos, contra 59,9 milhões para John McCain.
A diferença – e que preocupa os ativistas – é que os republicanos conseguiram controlar o Senado, a Câmara de Deputados e contam com uma maioria conservadora na Suprema Corte.
O protesto, de forma simbólica, começou diante da corte que condenou Trump, há poucos dias. Antes de percorrer as ruas, discursos de lideranças locais insistiam sobre a necessidade de manter a mobilização.
Entre os organizadores, não faltavam reconhecimentos de que a derrota para Trump havia criado uma “depressão” em muitos ativistas, principalmente diante da constatação de que 52% das mulheres brancas votaram pelo republicano em 2024. “Vamos precisar recolocar energia nessas pessoas”, indicou Sandra Allen, uma professora de escola pública de Nova York.
Grande parte da passeata ainda foi composta por movimentos feministas na defesa dos direitos reprodutivos e sexuais, enquanto ativistas alertavam como o novo governo já começava a ter um impacto negativo sobre as clínicas que fazem aborto legalmente.