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Presidente da COP30 é bem recebido por ambientalistas e setor empresarial

O anúncio da escolha do embaixador André Corrêa do Lago para ser presidente da COP30 (30ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas) caiu bem entre organizações ligadas à defesa do meio ambiente e ao setor empresarial. O nome do diplomata foi escolhido pelo presidente Lula (PT) e divulgado nesta terça-feira (21).

A COP30, que acontece em Belém em novembro deste ano, é o principal encontro global voltado a discutir caminhos para barrar as mudanças climáticas e gerenciar seus efeitos ao redor do planeta.

Lago é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Formado em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), atuou como negociador-chefe do Brasil para mudança do clima de 2011 a 2013.

O cargo de CEO da COP, que faz a direção-executiva da conferência, ficou com Ana Toni, atual secretária de clima do Ministério do Meio Ambiente.

A diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, disse em nota que Lago possui o conhecimento e as capacidades necessárias para mediar as negociações entre os mais de 190 países.

“Lago terá uma grande responsabilidade pela frente: em um mundo polarizado, com os Estados Unidos –o segundo maior emissor do mundo de gases do efeito estufadeixando o Acordo de Paris, enquanto vemos os eventos extremos se intensificarem, será necessária muita habilidade para que avanços cruciais aconteçam”, afirmou na nota.

O CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) afirmou em comunicado que a escolha do embaixador para o cargo deve ampliar a colaboração entre os setores público e privado.

“O repertório em negociações climáticas do embaixador André Corrêa do Lago e sua capacidade de articular interesses diversos são habilidades essenciais para não só facilitar as negociações durante a Conferência das Partes da ONU no Brasil, como para posicionar o nosso país como protagonista na agenda global”, disse Marina Grossi, presidente do CEBDS, no comunicado.

“Ele [Lago] será uma peça-chave no fortalecimento do diálogo, para que a COP30 termine com resultados expressivos, sobretudo após os impasses vistos durante a última conferência, em Baku”, completa Grossi.

O iCS (Instituto Clima e Sociedade) também celebrou o anúncio. “Acreditamos que, com a excelência que a diplomacia brasileira transita no contexto global, iremos, todos, vencer os desafios de alinhar os compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático, garantir que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com a ciência climática e lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis”, afirmou a organização, em nota.

O Observatório do Clima, que reúne mais de uma centena de organizações socioambientais, destacou, em comunicado, que Lago tem habilidade e respeito da comunidade internacional para conduzir a conferência de Belém, mas lembrou que há desafios a serem superados.

“Corrêa do Lago, diplomata experiente com profundo conhecimento das negociações multilaterais de clima, tem diante de si uma agenda desafiadora, num momento em que o aquecimento da Terra ultrapassa o limite do Acordo de Paris, ao mesmo tempo em que a geopolítica se volta contra a ação climática e contra a cooperação internacional”, diz a nota.

Segundo a entidade, as importantes negociações tendem a acontecer em um ambiente de desconfiança máxima e cooperação mínima entre os países. Para a instituição, será necessário ainda desviar do que chamou de “icebergs domésticos”, como a demora do presidente Lula para decidir o nome que ocuparia o cargo, o que criou uma pressão adicional de tempo para a construção da agenda e a costura dos acordos entre os países.

A ONG WWF ressaltou que o momento de negociações climáticas é crucial para garantir compromissos ambiciosos e medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C, como foi definido pelo Acordo de Paris.

“O presidente da COP30 precisará garantir que a conferência seja um espaço de diálogo e de construção coletiva, superando divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e valorizando as vozes de povos indígenas, populações periféricas, comunidades quilombolas e tradicionais nos processos de tomada de decisão”, afirmou a organização em nota.

Para Pedro de Camargo Neto, pecuarista e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, a escolha de Lago para o cargo foi acertada, mas o atraso do país em definir as prioridades que levará às discussões em Belém é preocupante.

“Essas definições precisam estar claras e contar com amplo apoio nacional; devem ser uma política de Estado distante das desavenças da miúda política partidária”, afirmou.

“Com Trump ou sem Trump, a amazônia precisa ser preservada e mesmo restaurada. Ainda temos problemas muito sérios com o crime organizado, o tráfico, o garimpo, extração madeireira e grilo. Sem esquecer do desmatamento e da desobediência civil dos milhares de pequenos agricultores sem o essencial apoio público para novas produções sustentáveis”, completou.

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