Lula é um proxeneta da miséria

Acabei de assistir a uma peça de propaganda de Lula. Um criação by Sidônio Palmeira, convocado às pressas para temperar esse prato de estrume que é o governo, vendendo-o como se fosse uma sofisticada iguaria política capaz de melhorar a vida de todo mundo. Principalmente dos mais pobres.

É de embrulhar o estômago. Mas, pensando bem, o vídeo também é uma interessante confissão de derrota do socialismo lulopetista, que se baseia em teses ilegíveis, no ódio à classe média, na rejeição ao trabalho, no blábláblá sentimentalista, na corrupção “do bem” e na mentira que tenta se passar por verdade depois de tomar um banho de marketing. É para isso, aliás, que servem os Sidônios Palmeiras da vida.

“Você pode ser acusado de xenofobia!”

No vídeo, curtido por mais de 140 mil pessoas no Instagram, Lula aparece na companhia de um senhor de 88 anos, chamado Jerônimo. Ele é morador de Alcântara, no Maranhão, e minha mulher aqui ao lado faz gestos desesperados, pedindo pelo amor de Deus para eu não fazer nenhum comentário depreciativo sobre o estado de Sarney e Flávio Dino. “Você pode ser acusado de xenofobia!”, diz ela, com razão. Sempre com razão.

Começa o vídeo. Lula está de mãos dadas com seu Jerônimo. Dedos entrelaçados e tudo. “Oitenta e oito? É um broto”, diz Lula sobre a idade avançada do homem, que ri aquele sorriso inocente de quem não sabe que está sendo manipulado por um malandro de altíssima periculosidade e que talvez não saiba nem o que “aquele povo todo da televisão” está fazendo em sua casa.

Canastrão

Corta para a casa de taipa onde Jerônimo vive com a família. “Eu posso fazer uma visita?”, pergunta Lula do lado de fora, pela janela, fingindo espontaneidade. Como se estivesse de passagem pelo lugarejo e resolvesse rever um velho amigo. Tudo armado, claro. Tudo pensado por Sidônio Palmeira e seus assessores no Ministério da Propaganda. Será que ainda tem gente que cai nessa?

É claro que a família dá permissão para Lula entrar na casa miserável, de pau-a-pique, mas que Guilherme Boulos chamaria de bioconstrução. Uma vez dentro da casa, Lula interpreta seu papel mais canastrão: o de ex-retirante miserável e famélico que entrou para a política para melhorar a vida dos pobres. E pensar que o sujeito está há décadas recitando o mesmo conto do vigário para os mesmos trouxas.

A tripa tensa da mais megera miséria

E não me refiro ao seu Jerônimo e à família dele, que são desde sempre massa de manobra da esquerda populista! Estou pensando é nos trouxas da Faria Lima, nos signatários da Carta pela Democracia, nos membros da Sociedade Protetora das Girafas da Amazônia, no pessoal do Grupo Prerrogativas, nos pelegos e naqueles que estufam o peito, estendem o braço e fazem o L com gosto ainda. Sim, eles existem.

“Já morei numa casinha mesmo assim, juntada de barro”, diz o marido da Janja. É para você, espectador, se emocionar e sentir pena dele, Lula. E não do seu Jerônimo, que está sendo usado à revelia de suas claudicantes faculdades mentais e continua vivendo na miséria. Ou melhor, “na tripa tensa da mais megera miséria física”, para usar o verso de Haroldo de Campos cantado por Caetano Veloso. Desculpe, é que me lembrei.

Proxeneta

Enquanto seu Jerônimo vive nas condições deploráveis em que vive, você sabe e eu nem deveria ter de repetir isso, mas repito para reforçar a hipocrisia de uma peça de propaganda que beira a perversidade: faz muito tempo que Lula saiu de sua mítica casinha de barro em seu mítico sertão nordestino para viver no bem-bom. À custa do nosso dinheiro.

O vídeo continua, mas agora sem áudio. Lula está sentado numa cama que parece também servir como sofá. À esquerda dele, uma mulher; à direita, seu Jerônimo. Lula e Jerônimo estão de mãos dadas. Os dedos entrelaçados, acho que já apontei esse detalhe. Lula ri. Dá para ver que ele está sendo dirigido. Tudo é encenação em se tratando de Lula, o proxeneta de uma miséria que o PT, apesar das duas décadas no poder, não conseguiu nem erradicar nem melhorar um pouquinhozinho que seja.

Seu Jerônimo, ministro

Dá nojo. Mas piora. “Agradeço muito a disposição”, diz a legenda do vídeo. A legenda, porque seu Jerônimo, coitado, não consegue dizer essa palavra complicada, não. E aí é a hora de Lula recitar o texto escrito pelos redatores do Ministério da Propaganda. [Tome um Engov antes de continuar]: “Agora nós somos companheiros. Você sabe que mãe a gente não escolhe, pai a gente não escolhe, irmão a gente não escolhe…”, diz Lula e serei obrigado a me interromper.

Porque nesse exato instante dá para ver a ministra Irmã da Marielle Franco (ou alguém muito parecido com ela) dando um abraço em si mesma, jogando a cabecinha para o lado e fazendo carinha de “Óóóóóóóóiiiiiin ti cuticuti”. Como se o afeto de Lula estivesse preenchendo aquela tapera. Ou qualquer outra imagem cafona assim. “…mas companheiro a gente escolhe e eu escolhi você pra ser meu companheiro”, continua Lula. Nessa hora, me preocupei: que ministério será que o seu Jerônimo vai chefiar?

Más línguas

O vídeo termina com seu Jerônimo agradecendo e abraçando Lula. Mas a uma distância segura. Sobem o violão melodramático e a flautinha piegas, uma combinação daquelas de dar diabetes no espectador. Fim.

Em tempo: não consta (até agora) que nenhum item da casa tenha desaparecido durante as filmagens. Apesar do que possam dizer as más línguas.

(Se você é meio masoquista e quer assistir ao vídeo, eis o link).



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