Para o presidente, o governo entregou o ajuste possível. Porém, Lula avalia que os operadores financeiros ignoraram isso, e a moeda só começou a se valorizar quando a ameaça protecionista de aumento de tarifas do presidente americano, Donald Trump, arrefeceu.
É esse raciocínio que fez Lula dizer, publicamente em sua coletiva de imprensa na semana passada, que, “se depender de mim, não terá novas medidas” de ajuste fiscal.
Auxiliares do presidente afirmam ainda que o objetivo da equipe econômica hoje é cumprir a meta de superávit primário e não há urgência para estabilizar a dívida pública.
Eles acreditam que só haverá espaço para alguma nova reforma estrutural nos gastos após as eleições presidenciais, entre outubro e dezembro de 2026 — assim como ocorreu com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da transição.
“Não queremos colocar de novo esse tema na agenda e criar expectativas. Ao contrário do mito que se criou, não temos um Congresso fiscalista”, disse uma fonte no Planalto, lembrando que os deputados acabaram desidratando o pacote de Haddad.
Pente-fino no BPC
A agenda de redução de despesas do governo, portanto, ficará focada em corte de gastos sem aprovação de novas leis no Congresso.