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Aga Khan, líder espiritual muçulmano e bilionário, morre aos 88 anos

Nascido Shah Karim Al Husseini, líder era visto como descendente direto do profeta Maomé e comandava mais de 15 milhões de muçulmanos ismaelitas. Sucessor ainda será escolhido. O Aga Khan, líder espiritual dos muçulmanos ismaelitas, observa durante um evento de discurso no Massey Hall em Toronto, 28 de fevereiro de 2014
REUTERS/Mark Blinch
O príncipe Shah Karim Al Husseini, conhecido apenas como Aga Khan, líder espiritual dos muçulmanos ismaelitas e uma das figuras mais proeminentes no mundo das corridas de cavalos, morreu aos 88 anos em Lisboa, segundo a Aga Khan Development Network.
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O anúncio do sucessor designado será feito posteriormente, informou a organização. “Aga Khan” significa “chefe comandante”. Ele também é visto como descendente direto do profeta Maomé.
Líder espiritual dos 15 milhões de muçulmanos ismaelitas ao redor do mundo, o Aga Khan também se tornou sinônimo de sucesso como proprietário de cavalos de corrida, com o puro-sangue Shergar entre os mais famosos.
Possivelmente bilionário, ele levava um estilo de vida luxuoso, marcado por jatos particulares, um superiate de US$ 200 milhões e uma ilha privada nas Bahamas.
As estimativas de sua fortuna variavam entre US$ 800 milhões e US$ 13 bilhões, com a riqueza vinda da herança familiar, do negócio de criação de cavalos e de investimentos pessoais nos setores de turismo e imobiliário.
Figura influente em círculos globais, o Aga Khan tinha cidadania britânica, francesa, suíça e portuguesa. Ao longo da vida, ele destinou milhões de dólares para ajudar pessoas nas regiões mais pobres do mundo.
“Se você viaja pelo mundo em desenvolvimento, vê que a pobreza é o motor do desespero trágico e que há a possibilidade de que qualquer meio de saída seja utilizado”, disse ele ao New York Times em uma rara entrevista em 2007.
Ao ajudar os pobres por meio de negócios, ele afirmou ao jornal: “estamos desenvolvendo uma proteção contra o extremismo”.
Vida pessoal
O jóquei francês Christophe Soumillon comemora com o Aga Khan após vencer o Queen Anne Stakes em Valixir no Royal Ascot em York, em 14 de junho de 2005
REUTERS/Ian Hodgson
O príncipe Shah Karim nasceu em 13 de dezembro de 1936, em Genebra, e passou a infância em Nairóbi, no Quênia.
Mais tarde, retornou à Suíça, onde estudou na exclusiva escola Le Rosey antes de ir para os Estados Unidos cursar história islâmica em Harvard.
Quando seu avô, Sir Sultan Mahomed Shah Aga Khan, morreu em 1957, ele se tornou o imã dos muçulmanos ismaelitas, um ramo do Islã xiita, aos 20 anos.
Seu avô o escolheu como sucessor em vez de seu extravagante filho — o pai de Karim, o príncipe Aly Khan — que foi casado com a atriz de Hollywood Rita Hayworth.
Como Aga Khan — título derivado de palavras turcas e persas que significam “chefe comandante” — ele era considerado pelos ismaelitas um descendente direto do profeta Maomé, por meio do primo e genro do profeta, Ali, o primeiro imã, e de sua esposa Fátima, filha do profeta.
Ele foi o quarto a ostentar o título, concedido originalmente na década de 1830 pelo imperador da Pérsia ao seu trisavô, quando este se casou com a filha do imperador.
O papel incluía fornecer orientação espiritual à comunidade ismaelita, cujos membros vivem na Ásia Central, Oriente Médio, Sul da Ásia, África Subsaariana, Europa e América do Norte.
Após a morte do pai, em maio de 1960, o Aga Khan inicialmente ponderou se continuaria a longa tradição familiar de corridas e criação de cavalos de puro-sangue.
Mas, depois de vencer o campeonato francês de proprietários já em sua primeira temporada, ficou encantado com o esporte.
“Aprendi a amar isso”, disse em uma entrevista à Vanity Fair em 2013. “É tão emocionante, um desafio constante. Cada vez que você se senta para fazer a reprodução, está jogando uma partida de xadrez com a natureza”.
Seus estábulos e jóqueis, vestidos com sua tradicional seda verde-esmeralda, conquistaram grandes vitórias com cavalos como Sea the Stars, vencedor do Epsom Derby e do 2.000 Guineas, e Sinndar, que em 2000 venceu o Epsom Derby, o Irish Derby e o Prix de l’Arc de Triomphe no mesmo ano.
Mas talvez seu cavalo mais famoso tenha sido Shergar, vencedor do Epsom Derby, do Irish Derby e do King George, antes de ser sequestrado em fevereiro de 1983, na fazenda Ballymany, na Irlanda.
Os sequestradores fizeram um pedido de resgate, e suspeitas recaíram sobre a máfia, o ex-líder líbio Muammar Gaddafi e o IRA. Nenhum dinheiro foi pago, e o paradeiro do cavalo nunca foi descoberto.
O Aga Khan fundou a Aga Khan Development Network em 1967. O grupo de agências internacionais de desenvolvimento emprega 80 mil pessoas e trabalha na construção de escolas e hospitais, além de fornecer eletricidade para milhões de pessoas nas regiões mais pobres da África e da Ásia.
Ele combinava seu trabalho humanitário com negócios privados, possuindo, por exemplo, uma empresa farmacêutica, um banco e uma fábrica de redes de pesca em Uganda.
“Poucas pessoas transitam entre tantos mundos — entre o espiritual e o material, entre o Oriente e o Ocidente, entre muçulmanos e cristãos — com tanta elegância quanto ele”, escreveu a Vanity Fair em um artigo de 2013.
Ele se casou duas vezes: primeiro, em 1969, com a ex-modelo britânica Sarah Croker Poole, com quem teve uma filha e dois filhos. O casal se divorciou em 1995.
Em 1998, casou-se com a alemã Gabriele zu Leiningen, com quem teve um filho. Eles se divorciaram em 2014.
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Fonte: G1

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