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Colômbia corre para exportar flores aos EUA sob temor de tarifas

As enormes estufas dos campos nos arredores de Bogotá trabalham a todo a vapor. O maior exportador de flores da América se apronta para o dia de São Valentim, o dia dos namorados dos EUA, sob o temor de possíveis tarifas do país em represália pelas tensões diplomáticas com a Colômbia.

A angústia tem fundamento: o presidente Gustavo Petro e Donald Trump se estranharam em 26 de janeiro por diferenças sobre a política de deportação de migrantes do republicano e desencadearam uma crise que chegou a pôr em xeque seus acordos comerciais.

“O ocorrido entre os presidentes dos Estados Unidos e Colômbia causaram grande preocupação entre todos os produtores”, lamenta em entrevista com a AFP Augusto Solano, presidente da Asocolflores, uma associação que representa o setor.

Durante a crise diplomática que durou algumas horas, Trump anunciou tarifas de até 50% para os produtos colombianos e Petro respondeu na mesma medida. Depois, os mandatários chegaram a um acordo e voltaram atrás. Mas as tensões seguem e a Colômbia insiste em exigir melhor tratamento para os migrantes, como não algemá-los quando são deportados.

Para a floricultura, que na Colômbia gera quase 200 mil empregos diretos e indiretos de acordo com a Asocolflores, uma ruptura entre os países seria uma sentença à falência.

No momento, os coletores cortam rosas de diversas cores nos arredores da capital e empacotam os ramos que chegarão aos Estados Unidos de avião para a celebração de São Valentim em 14 de fevereiro.

Mas o fantasma das tarifas continua rondando, pois Trump já aplicou esses impostos contra a China e está analisando se fará o mesmo com Canadá e México.

Colômbia e Estados Unidos possuem um Tratado de Livre Comércio (TLC) vigente desde 2012. E o mercado é difícil de substituir, 80% das flores que o país andino exporta vão para os Estados Unidos.

Em 2024, as vendas para o exterior desse setor representaram US$ 2,3 bilhões (R$ 13,3 bilhões).

A floricultura representa uma importante fonte de receitas para mulheres agricultoras principalmente nos campos de Bogotá, onde o clima é ideal para o plantio e a colheita.

Indústria desapareceria

Os trabalhadores selecionam as rosas mais bonitas, cortam os caules e arrumam os pacotes em caixas.

A produção da Colômbia representa 16% da oferta mundial de flores cortadas, apenas superada pelos Países Baixos.

Ao lado do petróleo, do ouro e do café, lideram as exportações colombianas para os Estados Unidos.

No entanto, Petro insiste na necessidade de redirecionar o olhar para outros mercados. Para os floricultores, é impossível encontrar um cliente que celebre com tanto fervor o Dia dos Namorados. Americanos demandam milhares de rosas, cravos, crisântemos e hortênsias.

“É muito difícil para o mercado e a indústria de substituir os Estados Unidos como destino para as exportações”, comenta Jaime Pinzón, diretor-executivo da associação Caproflor.

A Casa Branca, por sua vez, anunciou que as sanções estavam suspensas “a menos que a Colômbia não cumpra” com os acordos de receber os migrantes deportados.

Esse acordo é frágil. Petro advertiu recentemente que seguirá recusando a entrada de aviões americanos com colombianos algemados e chegou a acusar Trump de defender uma “tese fascista” ao “criminalizar” a migração irregular.

Os floricultores temem que ante essas tensões as tarifas serão retomadas.

“A longo e a médio prazo digamos que os riscos para indústria floricultura são imensos”, aponta Pinzón.

A indústria “desapareceria caso seja imposta uma tarifa desse tipo”, diz Solano.

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