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Mortes: Jornalista, foi preso pela ditadura e fundou o PT no Paraná

Roberto Elias Salomão nasceu em São Paulo, neto de libaneses e filho de um comerciante e de uma dona de casa. Formou-se em jornalismo pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo) e mudou-se para Curitiba em 1979, onde atuou no jornal O Estado do Paraná, na TV Iguaçu, no Jornal do Estado, no Sindipretro e no PT (Partido dos Trabalhadores).

Foi fundador do PT no Paraná, presidindo a sigla no estado de 1998 a 1999. “Salomão deixa um legado de luta e resistência dentro e fora do partido”, escreveu o PT.

“Como jornalista, teve uma carreira marcada pelo ativismo e por coberturas emblemáticas, sempre tendo compromisso com a verdade. Sua vida é um exemplo de compromisso ideológico e dedicação partidária, valores sintetizados em seu trabalho na redação do livro ‘Memórias’, que conta a história do PT-PR”, acrescentou.

A filha, Carolina Salomão, conta que o pai dedicou a vida ao partido, pois acreditava na luta pela classe trabalhadora. “A luta dele ultrapassava o partido político, pensando em como melhorar a situação da minoria da população. Ele deixa um legado político de se ter orgulho.”

Ela diz que Salomão era uma pessoa maravilhosa e teimosa. “Para ele, nenhuma briga durava mais do que a discussão. Era fechado, na dele. Gostava muito de ler, ouvir músicas e assobiar. Me ensinou a não dar importância para as coisas que nos fazem mal.”

“Era extremamente generoso. Um crânio lento. Demorava a assimilar, mas depois, ninguém segurava. O que o deixava mesmo feliz era a vitória do Corinthians e as pequenas conquistas do PT. Em casa ele ria, falava besteira, gostava muito de pescar. Era sério, mas adorava fazer guerra de bolinha de papel. Sempre muito ético”, recorda a amiga Lea Okseanberg.

“Foi um mestre. Sempre muito generoso. Fazia questão de dividir o que sabia”, diz a amiga Maigue Gueths.

O afeto, ele demonstrava com a presença. Adorava futebol e amava o Corinthians. Era canhoto e tinha grande habilidade com a bola. Gostava de cinema, música, HQs, haikais e poesia, sendo amigo de Paulo Leminsky.

“Foi um devorador de livros, de Monteiro Lobato até romances, passando por enciclopédias, que eram uma paixão. A entrada na USP, em 1973, acentuou traços que ele já demonstrava, um arrebatamento, uma entrega absoluta ao que fazia”, destaca o irmão, Gilberto Salomão.

Em 1975, a greve da ECA foi seu primeiro evento político. Presidiu o Centro Acadêmico até 1976 e foi preso pela ditadura, fichado como subversivo.

Morreu em 28 de janeiro, aos 71 anos, de câncer. Deixa duas filhas e um neto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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