Cineasta Cacá Diegues morre aos 84 anos no RJ

DO UOL

Cacá Diegues morreu aos 84 anos, na manhã desta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

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Morte aconteceu por complicações durante uma cirurgia. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras.

“Lamentamos profundamente a morte do cineasta e Acadêmico Cacá Diegues, aos 84 anos. Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística ao abordar temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mas se manteve sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema.”
– ABL

Cineasta era imortal da ABL. Ele foi eleito em agosto de 2018 para a cadeira número 7, sucedendo ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, que morreu no dia 21 de abril de 2018.

“Para mim, a academia não é uma medalha de honra, uma coisa de vaidade. A Academia é um lugar de concentração da cultura, de proteção da memória cultural mas, ao mesmo tempo, de provocação cultural, ou seja, de você criar elementos que permitam à cultura brasileira se desenvolver. É isso que eu vou tentar fazer.”
– Cacá Diegue, quando tomou posse

Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió em 1940. A mudança para o Rio de Janeiro aconteceu quando ele tinha apenas 6 anos.

Ele estudou no Colégio Santo Inácio e, depois, cursou Direito na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio. Na universidade, o diretor criou um cineclube e iniciou as atividades no cinema amador.

Cinema Novo

Diegues é um dos líderes do movimento que ficou conhecido como Cinema Novo, juntamente com Glauber Rocha, Leon Hirszman e outros grandes nomes. Ele também comandou curtas pioneiros com David Neves e Affonso Beato.

Primeiros longas-metragens do diretor, como “Ganga Zumba” (1964), “A Grande Cidade” (1966) e “Os Herdeiros” (1969), refletem o período. Durante a ditadura militar, ele viveu na Itália e na França.

Após retornar ao Brasil, dirigiu filmes como “Quando o Carnaval Chegar” (1972) e “Joanna Francesa” (1973). “Xica da Silva” (1976) foi um de seus maiores sucessos, marcando a abertura política.

Com o fim da ditadura, Diegues criou a expressão “patrulhas ideológicas”. Ele também realizou filmes como “Chuvas de Verão” (1978) e “Bye Bye Brasil” (1980). Em 1981, foi membro do júri do Festival de Cannes. Em 1984, dirigiu “Quilombo”.

Durante a crise do cinema brasileiro no governo de Fernando Collor, o cineasta realizou filmes de transição como “Um Trem para as Estrelas” (1987) e “Dias Melhores Virão” (1989). Posteriormente, ele fez parcerias com a TV Cultura.

Em 2006, dirigiu “O Maior Amor do Mundo” e o documentário “Nenhum motivo explica a guerra” sobre o grupo AfroReggae. Os seus filmes foram selecionados por festivais internacionais e exibidos em diversos países, tornando-o um dos cineastas brasileiros mais conhecidos mundialmente.

O diretor foi indicado três vezes à Palma de Ouro de Cannes com “Bye bye Brasil” (1980), “Quilombo” (1964) e “Um Trem Para As Estrelas” (1987).

Enredo de Carnaval

Cacá foi enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo. Em 2016, a agremiação desfilava na série A e teve como enredo “Cacá Diegues – Retratos de um Brasil em Cena”. Enredo ficou por conta do carnavalesco Márcio Puluker.

O cineasta desfilou no último carro. “Estou muito feliz, para mim é uma honra ser enredo de uma escola de samba”, disse na época em entrevista para a Globo.



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