• Home
  • Destaque
  • Lula faz 1ª visita a assentamento do MST após relação de acenos e ataques; relembre

Lula faz 1ª visita a assentamento do MST após relação de acenos e ataques; relembre

O presidente Lula (PT) faz nesta sexta-feira (7) sua primeira visita a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em seu terceiro mandato.

A viagem a Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, a 335 km de Belo Horizonte, é considerada um gesto de aproximação do presidente com o movimento após uma série de desavenças entre seus líderes com representantes do governo.

A cerimônia desta sexta acontece na escola Eduardo Galeano, reconstruída após ser demolida em 2020, em meio a confrontos do MST com a Polícia Militar pela reintegração de posse no acampamento Quilombo Campo Grande.

Será anunciada pelo governo a entrega de 12.297 lotes em 138 assentamentos, entre eles o próprio Quilombo Campo Grande, em 24 estados do país. Outro destaque é o lançamento do Desenrola Rural, recém-lançado programa de negociação de dívidas de produtores.

“O ato no local onde existe talvez o maior conflito pela terra no país representa a retomada da reforma agrária por parte do Estado brasileiro. Isso nos coloca de novo numa relação harmoniosa com o governo, mas o MST tem sua autonomia”, afirma Silvio Netto, dirigente do MST em Minas.

Ele evitou direcionar críticas ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), e disse que a decisão pela troca do chefe da pasta cabe ao presidente.

Como mostrou a coluna Painel, da Folha, aliados de Lula dizem que o evento desta sexta poderá servir como uma espécie de termômetro da permanência do ministro.

Relembre ataques e acenos entre o governo Lula 3 e o MST:

Invasões a área da Embrapa

Em 2023, na primeira Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária (conhecida como Abril Vermelho) da atual gestão, o MST invadiu uma fazenda em Petrolina (PE) que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

A empresa federal é conhecida por ser uma referência em pesquisa agropecuária, e o ato gerou forte reação do governo, que optou por adiar o anúncio dos planos para a reforma agrária.

O movimento argumentou que o governo não cumpriu os compromissos para assentamento das famílias no local e invadiu a sede da Embrapa outras duas vezes, uma ainda em 2023 e outra em 2024.

Programa para reforma agrária

Em reação às invasões de abril de 2024, o presidente lançou um programa com o objetivo de ampliar e dar agilidade à reforma agrária no país e disse que não iria “pedir para ninguém deixar de brigar”.

Naquele mesmo mês, Lula exonerou Wilson César de Lira Santos, primo do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do cargo de superintendente regional em Alagoas do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

A medida atendeu a pedido do MST e foi articulada pelo ministro Paulo Teixeira.

Críticas do líder do MST

O líder histórico do movimento, João Pedro Stedile, elevou o tom dos questionamentos à política do governo para a reforma agrária.

Em um podcast em 2023, disse que faltou “coragem” aos ministros, que, segundo ele, em sua maioria desconhecem a luta social e têm medo dela.

Em dezembro passado, afirmou à coluna Painel que o movimento está cansado de promessas feitas pelo governo Lula desde que tomou posse e chamou a gestão da reforma agrária de vergonhosa.

Aceno de Lula a movimento e crítica a banqueiros

Um dia após lançar o Plano Safra para 2024 e 2025 com a cifra recorde de R$ 400,5 bilhões, em julho passado, o presidente disse que “não é mais o Stédile, são os presidentes dos bancos que estão tomando terra”.

“Todos os proprietários de terra que têm dívida agrária, os bancos estão tirando a terra deles”, afirmou o mandatário na época.

Houve guerra de versões entre líderes do movimento e o ministro do Desenvolvimento Agrário sobre as ações do governo relativas à reforma agrária.

Em reunião com Lula no Palácio do Planalto em janeiro , o dirigente João Paulo Rodrigues classificou como “ridículo” o número de 1.500 famílias assentadas por ano.

O movimento pleiteia o assentamento de 65 mil famílias. Paulo Teixeira diz que o governo se comprometeu com 30 mil famílias neste ano em um pacote de ações para acalmar cobranças do MST.

Investigação a atentado

O ataque que matou dois moradores do assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP) em janeiro deste ano aproximou a gestão federal dos integrantes do movimento.

Membros do governo escalaram a Polícia Federal para investigar o atentado e criticaram métodos da Polícia Civil, órgão de segurança chefiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Posse de presidente uruguaio

Em novo gesto recente de aproximação, Lula levou o dirigente João Paulo Rodrigues como convidado para acompanhar a delegação brasileira que participou da posse de Yamandú Orsi como presidente do Uruguai no último sábado (1º).

VEJA MAIS

Datena tem ataque de fúria no SBT ao descobrir conquista de Cabrini na Record

José Luiz Datena aproveitou um momento do Tá na Hora, do SBT, neste sábado (8),…

Ministro de Energia de Israel ordena a interrupção de energia elétrica para Gaza, diz agência

O Hamas disse, neste domingo (9), a autoridades norte-americanas que está aberto a libertar o…

Serviço Secreto dos EUA atira em homem que portava arma de fogo perto da Casa Branca

Segundo nota divulgada pelo porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, a polícia de Washington já…