Um adolescente de 16 anos foi alvo da “Operação Discordância”, cumprida nesta terça-feira (15), por suspeita de promover a prática de automutilação entre jovens menores de idade, em uma plataforma digital, em Rondonópolis. De acordo com a Polícia Civil, na casa do suspeito foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Especializada da Infância e da Juventude do município, com base em investigações da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), que apontaram que o adolescente usava as redes sociais para disseminar esse tipo de conteúdo.
Segundo a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), as investigações começaram a partir de informações coletadas pelo Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), quando foi identificado que o adolescente apresenta alto potencial risco à integridade de crianças e adolescentes.
De acordo com o delegado Gustavo Godoy, que conduz o caso, o jovem já havia sido alvo da Operação Mão de Ferro, deflagrada no ano passado, quando foi cumprido um mandado de busca e apreensão por crimes como cyberbullying, induzimento à automutilação e apologia ao nazismo em redes sociais e fóruns virtuais.
Na nova operação, os policiais apreenderam o celular do adolescente, que será periciado para identificar outros possíveis envolvidos e preservar eventuais vítimas. Por determinação da Justiça, todos os perfis do jovem nas redes sociais também foram excluídos.
Operação Mão de Ferro
No dia 1° de agosto de 2024, a Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu dois mandados de busca domiciliar durante a Operação Mão de Ferro em Rondonópolis, com o objetivo de combater crimes de ódio no ambiente virtual. Durante o cumprimento da ação, foram encontradas mensagens e postagens com conteúdo de apologia ao nazismo, cyberbullying e automutilação vinculados ao adolescente de 16 anos, que, na época, foi apreendido.
Segundo a Polícia Civil, também foram encontrados conteúdos em que há imagens de pessoas mortas, abuso contra animais, abuso sexual, necrofilia, autópsias, assassinatos e violência em geral, além de compartilhamentos de senhas de usuários de sistemas de segurança pública de outros estados.