O ex-ministro da Justiça Anderson Torres voltou a pedir uma acareação com o ex-comandante do Exército general Freire Gomes e o ex-comandante da Força Aérea Brasileira tenente-brigadeiro-do-ar Carlos Baptista Júnior.
No pedido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na última quinta-feira (6), Torres afirma que a medida pode esclarecer a sua relação com os comandantes Baptista Júnior e Freire Gomes durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Frise-se que todas as diligências mencionadas foram requeridas pelo ex-ministro à Polícia Federal (nova oitiva, quebra da ERB, acareação, relatório de entrada e saída, etc.). Contudo, a PF, infelizmente, ignorou o pleito da defesa”, diz a defesa de Torres.
O pedido à PF é de março de 2024. A acareação é o procedimento por meio do qual testemunhas e partes são colocadas frente a frente para que as versões delas sejam confrontadas.
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2023.
Brasília Hoje
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A defesa afirma que a PF narra que os comandantes do Exército e da Aeronáutica testemunharam e levaram elementos que ratificaram a participação de Torres no núcleo jurídico do grupo investigado, em algumas reuniões feitas com os comandantes das Forças, o presidente da República e o ministro da Defesa.
De acordo com a defesa, no entanto, o ex-ministro não teria participado desses encontros. Assim, o advogado Elmar Roberto Novacki argumenta que novas oitivas e acareações podem tirar dúvidas sobre a “vagueza de ambos os depoimentos”.
Torres foi preso em janeiro de 2023 sob suspeita de omissão envolvendo os ataques golpistas do 8 de janeiro, quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF).
Também foi encontrada na casa dele uma minuta de teor golpista. Em depoimento no TSE, Torres negou o caráter golpista do documento, ao qual se referiu como “lixo, loucura e folclore”.
Em 11 de maio, a prisão preventiva de Torres foi revogada, e atualmente ele cumpre prisão domiciliar, precisa usar tornozeleira eletrônica, não pode deixar o DF, nem usar as redes sociais.
Ele também foi indiciado em outro inquérito, por suspeita de uso da PRF sob Bolsonaro para barrar eleitores de votarem no então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).