RepórterMT
Emelly Sena tinha 16 anos e estava grávida de nove meses
VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
Nataly Helen Martins Pereira disse que usou uma navalha e uma faca para tirar a bebê do ventre de Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos. A criminosa matou a jovem, que estava gestante de nove meses, para roubar a criança. A vítima foi encontrada enterrada em uma cova rasa, com as mãos amarrada, sacolas na cabeça e com cortes em formato de T na barriga.
“Uma navalha que estava em cima do hack. Uma navalha prata. Já estava com a lâmina, aí eu fiz o primeiro corte por cima. Eu fiz o primeiro corte profundo com a navalha, aí quando abriu que apareceu, eu vi que o corte em si estava muito pequeno e o nenê estava mais para baixo, aí eu cortei na horizontal. Aí essa da horizontal foi com uma faca branca porque a gilete já não estava cortando mais”, contou Nataly, que diz ser socorrista, bombeira civil e estudante de enfermagem.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Antes de cortar o ventre da vítima, Nataly fez Emelly desmaiar com um mata-leão. Ela amarrou os pés e as mãos da garota e depois a enforcou com um cabo de internet. Ao perceber que a vítima ainda agonizava, ela resolveu utilizar duas sacolas de mercado, que ela amarrou na cabeça da menina para sufocá-la.
LEIA MAIS: Assassina: Eu levei ela pra ver as roupinhas e peguei ela por trás com um fio
Ao notar que ela já não reagia, a arrastou para um dos quartos da casa onde cortou o ventre.
Nataly contou à polícia que Emelly já estava morta quando realizou o parto, no entanto, a perícia constatou que a vítima ainda estava viva e morreu devido ao grande sangramento.
“É possível verificar que a pessoa [Emelly] estava com vida. Uma das teses que foram comprovadas é que ela foi mantida viva para efetuar o parto para que a criança fosse recolhida com vida”, disse o diretor geral da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Jaime Trevizan.
LEIA MAIS: Diretor da Politec: Emelly estava viva quando filha foi arrancada de seu ventre
Após retirar o bebê, Nataly arrastou a vítima até o quintal da casa, onde havia preparado uma cova para enterrá-la.
Com a vítima enterrada, a criminosa limpou o sangue que ficou na sala e no caminho por onde Emelly foi arrastada, mas deixou o sangue onde foi feito o parto, para parecer que era dela.
“Corri para dentro, joguei água na área e na sala passei um pano. Já onde a bolsa estourou eu deixei para fazer como se a minha bolsa tivesse estourado e eu tivesse tido a neném”, contou.
Ela também deu detalhes do que fez com a criança logo após ter tirado ela do ventre da mãe.
“Tirei a neném e ela saiu roxinha, fiz massagem cardíaca, ela chorou e enrolei em uma toalha, coloquei o cordão umbilical em cima, amarrei com uma liga de cabelo e cortei a placenta e coloquei a neném deitada na cama do meu irmão”, explicou.
Com a vítima enterrada e a criança em mãos, ela fez uma ligação de vídeo para a dona da casa, que é companheira do seu irmão, e falou como se tivesse acabado de dar luz à bebê.
Ela ligou também para seu cunhado Alédson Oliveira da Silva, que foi responsável por dar a notícia para o companheiro da criminosa, Christian Albino Cebalho de Arruda, que depois acompanhou a assassina até a maternidade Santa Helena, onde tentaram registrar a criança, mas a equipe médica desconfiou e chamou a polícia.
O caso
Emelly Beatriz Azevedo Sena morava em Várzea Grande e foi atraída por Nataly, que disse que doaria roupas de bebê para a vítima. Elas mantinham contato pelo Whatsapp, pois se conheceram em um grupo de mães no próprio aplicativo de mensagens.
Na quarta-feira (12) Emelly foi ao encontro de Nataly, que estava sozinha na casa do irmão dela, Cícero Martins Pereira Júnior, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Depois disso, a vítima não foi mais vista e passou a ser procurada pela polícia.
Após matar e enterrar a menina, Nataly foi até o Hospital Santa Helena, em Cuiabá, em busca de atendimento para a criança. Lá ela encontrou com seu companheiro, Christian Cebalho e ambos tentaram registrar a bebê com o nome de Denise.
Nataly foi submetida a exames e a equipe médica desconfiou que a criança não era dela e acionou a polícia. Os policiais cruzaram as informações com o desaparecimento de Emily e encaminhou o casal para a delegacia.
Por volta das 12 horas de quinta-feira (13), o corpo de Emelly foi encontrado enterrado no quintal da casa de Cícero.
Alédson e Cícero também foram conduzidos pela delegacia. No mesmo dia, os dois e Christian foram liberado, pois Nataly confessou ter orquestrado e executado o crime sozinha.
LEIA MAIS: Marido de assassina e outros dois são liberados pela polícia
LEIA MAIS: Assassina de adolescente que estava grávida confessa crime
Nataly teve a prisçao mantida em audiência de custódia.
Já o bebê está saudável, sob os cuidados da família de Emelly e do pai.
A vítima foi velada sob forte comoção e protestos por Justiça.
Veja trecho do depoimento de Nataly: