Brasileiros dizem que ainda aguardam auxílio de embaixada brasileira. Em breves contatos feitos com familiares no Brasil na tarde desta quarta, eles afirmaram que apenas embaixadas de outros países estavam presentes em Mae Sot para resgatar seus nacionais.
Itamaraty diz que está “tomando as providências necessárias” para repatriação dos jovens. Em nota enviada na tarde desta quarta, a pasta informou que, “por meio da Embaixada em Bangcoc, presta assistência aos dois brasileiros liberados após terem sido vítimas de tráfico de pessoas na fronteira entre Myanmar e Tailândia e está tomando as providências necessárias à sua repatriação”.
Familiares de brasileiros também não foram contatados por autoridades brasileiras. Eles dizem que tentam contato com a embaixada brasileira em Bangcoc desde cedo, mas sem retornos. “As outras embaixadas estão indo lá pegar seus cidadãos e, até agora, a do Brasil não apareceu, nem fez contato”, afirma Antonio Calos Ferreira, pai de Phelipe.
Entidade que acompanha caso de brasileiros diz que embaixada brasileira irá contatar jovens amanhã (13). Segundo apurado por uma porta-voz da The Exodus Road, organização civil internacional de combate ao tráfico humano, a previsão é que o órgão diplomático em Bangcoc entre em contato com Luckas e Phelipe na manhã de quinta, no horário local tailandês, para iniciar o processo de retorno dos dois ao Brasil.
A repatriação dos dois, porém, ainda deve levar alguns dias, segundo a mesma porta-voz. “Provavelmente, a liberação deles não será de um dia para o outro”, informou a Cintia Meirelles, da Exodus, em um áudio enviado à família. Ambos devem aguardar em um centro de referência para vítimas de tráfico humano na Tailândia até o retorno ao Brasil. A reportagem procurou a representante da entidade para mais informações, mas ainda não teve retorno.
Brasileiros encontrados por milícia após fuga
Brasileiros fugiram no último sábado e foram encontrados na segunda-feira (10) por grupo armado em Mianmar. Segundo familiares dos dois, eles conseguiram escapar do local onde eram mantidos reféns junto a um grupo de centenas de estrangeiros, também vítimas de tráfico humano no país asiático, que vive sob regime ditatorial militar há quatro anos e é dominado por milícias pró e contra o governo.