Dom Paulo não se limitaria ao memorando. Outra carta entregue pelo brasileiro a Carter era um apelo secreto assinado por ele, pelo cardeal asiático Stephen Sou Huan Kim e pelo bispo africano Donald Lamont.
No documento, os líderes religiosos alertavam que não se silenciariam mais diante da opressão econômica e política vivida por “países inteiros”. “Não podemos ficar quietos, nem queremos, enquanto o pão de cada dia e a dignidade pessoal são negadas a certos níveis de pessoas e até a nações inteiras”, alertaram.
“Não podemos ficar quietos, nem queremos, enquanto pessoas são condenadas por conta de suas convicções religiosas e políticas”, indicaram. “Não podemos ficar quietos, nem queremos, enquanto ideologias são usadas como armas para escravizar seres humanos”, alertaram. Os religiosos ainda criticaram a “tortura institucionalizada” existente “em todo o mundo”.
O documento ainda é concluído com um ataque direto aos Estados Unidos. “Não podemos ficar quietos, nem queremos, enquanto o egoísmo de alguns países e grupos impedem a construção de um mundo mais humano, em que cada pessoa pode viver com dignidade”, concluíram.
Dom Paulo terminou a conversa entregando presentes a Carter, sua esposa e sua filha, Amy.
Carter falou sobre a “beleza da mulher brasileira” com cardeal
A conversa ganhou um tom descontraído quando o presidente americano insistiu com o cardeal sobre a beleza das mulheres brasileiras. Foi a vez de Amy, porém, repreender o presidente americano, seu próprio pai. “Pai, você já disse isso ontem”, criticou. Carter garantiu a sua filha que a primeira-dama Rosalynn continuava sendo a mulher mais bonita.