Em depoimento à PF para explicar o comportamento dos militares que apoiavam a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid, disse que os oficiais não tomariam nenhuma atitude se não houvesse ordens de seus superiores. Para exemplificar a postura, chegou a afirmar que, se fosse designado para ser ajudante de ordens de Lula, trataria o petista como tratava Bolsonaro.
O que aconteceu
Cid falou sobre hierarquia militar ao depor para os investigadores no âmbito de sua colaboração premiada. Em seu relato, ele também deu um pouco de sua opinião sobre colegas da caserna com os quais trocava mensagens, algumas delas agressivas e pedindo até ruptura institucional. Na visão de Cid, muitas dessas conversas se limitavam a desabafos de Whatsapp que não iriam se concretizar pois não havia uma ordem superior.
Ao falar da importância dessa hierarquia, Cid explicou que sua geração de militares é diferente da geração de 1964. Delator relembrou o ano do golpe militar para explicar que sua geração se afastou da política e que, se não houver ordem de um general, nenhum militar vai tomar uma iniciativa de apoiar um movimento golpista por conta própria.