Dispensado pela Record entre o Natal e o Ano Novo de 2023, o repórter Arnaldo Duran, de 67 anos, iniciou uma guerra na Justiça contra a emissora do bispo Edir Macedo.
O jornalista alega na Justiça que foi alvo de capacitismo por parte do canal vice-líder de audiência e exige que seja reintegrado como funcionário.
Em caso de negativa por parte do juiz, Arnaldo Duran pede uma indenização de R$ 3 milhões por danos morais. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O processo está na 89ª Vara do Trabalho de São Paulo. A defesa do repórter garante que o profissional foi alvo de exploração ao ter sua doença colocada em reportagens e programas de entretenimento.
Arnaldo Duran foi alvo de reportagens da Record por causa de doença
Diagnosticado com ataxia espinocerebelar do tipo 3, doença degenerativa do sistema nervoso, ela implica na falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e a perda de equilíbrio.
Arnaldo Duran disse em entrevista logo após o diagnóstico que por muito pouco não perdeu a fala com a doença, mas que se recuperou com o tratamento e com orações. O depoimento foi dado em programas da Igreja Universal do Reino de Deus.
Na ação, o repórter quer R$ 400 mil apenas de danos morais e R$ 2 milhões e 600 mil por questões trabalhistas, como por exemplo, pelo desligamento considerado irregular por estar no meio do tratamento.
Entre os pontos abordados pelo advogado de Duran, o fato da Record esconder o uso de equipamentos ortopédicos do repórter. “A ré pratica o preconceito do capacitismo, que é a presunção de que portadores de deficiência têm mais dificuldade de realizar os mesmos trabalhos que as pessoas sem deficiência”, diz.