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Como líderes de China, Canadá e México reagiram a ataques de Trump — e o que eles conseguiram até agora

Trump e Carney se encontraram em reunião do G7 no Canadá.
Reuters via BBC
A deterioração das relações entre Brasil e Estados Unidos alcançaram outro patamar nesta semana, após o governo de Donald Trump abrir uma investigação contra o que chama de práticas ”comerciais desleais” brasileiras.
A isso, soma-se a posição de Trump de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusar a Justiça brasileira de perseguir o ex-presidente, alvo de uma operação da Polícia Federal na sexta-feira (18/7).
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Em reação a Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem defendendo a “soberania” das instituições brasileiras. Em recente entrevista à imprensa americana, o brasileiro disse que Trump quer ser o “imperador do mundo”.
Na última semana, as tensões políticas e comerciais cresceram, após as operações de autoridades brasileiras que tiveram Jair Bolsonaro como alvo. O governo americano reagiu cancelando o visto americano do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Mas as rusgas de Trump com um governo estrangeiro nesses seus primeiros seis meses de mandato não são exclusividade do Brasil, país que inicialmente tinha sido um dos menos atingidos por tarifas — recebendo a taxa mínima de 10% no tarifaço anunciado pelo americano no começo de abril.
Agora Trump ameaça o Brasil com tarifas de 50% a partir de 1º de agosto — a maior alíquota entre todos os parceiros comerciais americanos.
Em meio à sua guerra tarifária praticamente mundial, o presidente americano fez ameaças e críticas a governos de países como México, Canadá e China.
Confira abaixo como cada país respondeu às ameaças de Trump e como estão atualmente as relações entre essas nações e os EUA.
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Canadá: ‘não estamos à venda’
Assim como fez com o Brasil, Trump enviou em julho uma carta ao primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciando uma nova tarifa de 35% para produtos canadenses em vigor a partir de 1º de agosto.
O anúncio ocorreu em meio a negociações entre os dois países para atenuar a guerra comercial iniciada assim que Trump assumiu a Casa Branca.
Governo brasileiro responde a carta enviada por Trump sobre aumento de tarifas
Ao voltar à Presidência, Trump deu início a críticas públicas ao Canadá, acusando o país de ser “injusto” nas relações comerciais e de permitir o fluxo de fentanil para os EUA, ao não policiar suficientemente suas fronteiras.
Além disso, Trump provocou os canadenses diversas vezes ao afirmar — às vezes em tom jocoso — que o Canadá deveria se tornar o 51º Estado americano.
Em janeiro, mesmo antes de tomar posse, Trump postou um mapa dos EUA somado ao Canadá, como se fossem um só país, e uma bandeira americana.
Em maio, numa visita a Casa Branca, o primeiro-ministro Mark Carney chamou atenção ao dizer a Trump que o “Canadá não está à venda”. Trump respondeu: “O tempo dirá.”
Aquela era a primeira visita a Washington de Carney, que havia vencido as eleições gerais canadenses de abril prometendo manter os “cotovelos erguidos” diante das ameaças dos EUA — uma metáfora popular do hóquei no gelo, esporte símbolo do país, que descreve um estilo de jogo assertivo e confrontador.
A vitória dele nas eleições foi uma reviravolta, já que o partido de Carney (e do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau) estava sendo considerado “morto e enterrado”. Pesquisas chegaram a mostrar durante meses o Partido Conservador, de Pierre Poilievre, com 20 pontos na frente.
A campanha de Carney se beneficiou de sua retórica contra as ameaças de Trump de anexar o Canadá, afirmando diversas vezes que seu país “jamais” irá ceder aos Estados Unidos.
Logo após assumir a liderança do país, o novo primeiro-ministro afirmou que o antigo relacionamento do país com os Estados Unidos, “baseado na integração profunda das nossas economias e na estreita cooperação nas áreas militar e de segurança, acabou”.
E, em entrevista à BBC, Carney declarou que seu país merece respeito dos EUA e que as discussões econômicas seriam “nos termos” canadenses.
Apesar de negociações e adiamentos, os dois países impuseram tarifas entre em si.
Ainda em março, os EUA impuseram 25% de taxa sobre diversas exportações canadenses fora do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) e 10% sobre produtos energéticos.
Isso aconteceu mesmo após o então primeiro-ministro Justin Trudeau apresentar um plano de investimento para reforçar segurança das fronteiras.
Na época, o Canadá buscou apaziguar o presidente americano prometendo 1,3 bilhão de dólares canadenses (cerca de US$ 950 milhões) para reforçar a segurança na fronteira e nomeando um “czar do fentanil”, após as alegações de Trump. Não foi suficiente para impedir as taxas.
Como resposta, o Canadá retaliou com tarifas recíprocas para diversos produtos americanos, como bebidas, suco de laranja e cosméticos.
Além da mais recente ameaça de tarifa de 35% sobre o Canadá — um aumento em relação à tarifa atual de 25% —, Trump impôs uma tarifa global de 50% sobre as importações de alumínio e aço, e uma tarifa de 25% sobre todos os carros e caminhões não fabricados nos EUA. O Canadá também aplicou tarifas recíprocas.
A boa notícia para o Canadá é que a nova tarifa de 35% seguirá não se aplicando — ao menos por enquanto — aos produtos cobertos pelo acordo de livre comércio EUA-México-Canadá, que abrange a vasta maioria do comércio transfronteiriço.
Antes da nova carta de Trump com ameaça da nova tarifa, o Canadá vinha demonstrando vontade de negociar com os americanos e recuando no tom de enfrentamento.
O episódio mais recente foi no fim de junho, quando o Canadá cancelou o imposto sobre serviços digitais (DST) que planejava impor a grandes empresas de tecnologia, após Trump ameaçar encerrar as negociações sobre a política.
A Casa Branca afirmou que Mark Carney “cedeu” à pressão de Trump.
México: diplomacia e negociação
O México foi um dos maiores alvos de Trump em seu primeiro mandato — com a promessa de campanha feita pelo republicano para construção de um muro que contivesse a imigração ilegal para os EUA.
Agora no segundo mandato, a ofensiva de Trump contra o México tem sido semelhante à estratégia usada contra países como Canadá, Brasil e China: na forma de tarifas comerciais.
Nos primeiros dias do novo governo Trump, quando países como a Colômbia e a China desafiaram sanções americanas e foram alvos de tarifas ainda maiores, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, escolheu uma tática diferente: de diálogo e negociação.
Trump havia anunciado tarifas de 25% a todos os produtos importados do México, citando um suposto fracasso do país controlar a entrada de imigrantes e fentanil na fronteira com os EUA.
Poucos dias depois do anúncio, as forças de segurança do México realizaram uma apreensão recorde de fentanil — demonstrando boa vontade do governo mexicano em acatar os pedidos de Trump. Sheinbaum também destacou ações do seu governo para evitar que imigrantes atravessassem a fronteira entre os dois países.
Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, foi elogiada por Trump — mas tensões comerciais entre os países ainda persiste.
Getty Images via BBC
Antes de Trump chegar ao governo, havia expectativa de uma relação difícil entre os dois, já que Sheinbaum é uma política de esquerda.
Mas suas conversas com o presidente americano e sua demonstração de capacidade de negociação evocaram elogios do próprio Trump — que chamou Sheinbaum de “uma mulher maravilhosa” com quem diz ter um relacionamento “muito bom”.
Assim como aconteceu no Canadá e estaria acontecendo no Brasil agora, pesquisas de opinião sugerem que as medidas hostis de Trump ajudaram a dar um impulso na popularidade da presidente mexicana.
Os elogios de Trump a Sheinbaum não impediram que ele continuasse sua ofensiva contra o México.
Neste mês, o presidente americano escreveu uma carta a Sheinbaum na qual diz que o México não fez o suficiente para impedir que os EUA se tornassem um “playground do narcotráfico” — e prometeu impor tarifas de 30% a todos os produtos mexicanos a partir de 1º de agosto.
“O México tem me ajudado a proteger a fronteira, MAS o que o México fez não é suficiente”, escreveu Trump na sua rede social.
Sheinbaum voltou a adotar um tom diplomático, expressando confiança de que um acordo possa ser alcançado.
“Acreditamos, com base no que nossos colegas discutiram ontem, que chegaremos a um acordo com os EUA e que, é claro, alcançaremos melhores condições”, disse Sheinbaum.
“Temos clareza sobre o que podemos fazer com os EUA e sobre o que não podemos. E há algo que nunca é negociado, jamais, que é a soberania do nosso país.”
China: retaliações agressivas
Entre todos os países ameaçados por tarifas de Trump, a China é o que mais atraiu atenção mundial.
Uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta tem potencial para provocar uma recessão global.
E a China foi o país que reagiu de forma mais agressiva contra Trump, anunciando tarifas retaliatórias contra produtos americanos — provocando aumentos sucessivos nas ameaças americanas.
No começo de fevereiro, Trump anunciou tarifas de 10% contra todos os produtos chineses. No começo de abril, no dia que o presidente americano apelidou de “Dia da Libertação”, as tarifas contra produtos chineses haviam subido para 54%.
Nas semanas seguintes, houve uma escalada em tarifas mútuas. Dois dias depois do “Dia da Libertação”, a China anunciou tarifas de 34% contra produtos americanos, em retaliação.
Xi e Trump ainda não se encontraram no segundo mandato do americano, mas existe grande expectativa para que as duas maiores economias do planeta cheguem a um acordo sobre tarifas.
Getty Images via BBC
Na semana seguinte, o nível das tarifas americanas contra a China haviam subido para 125% — o que foi respondido com a mesma alíquota pelos chineses contra os americanos.
No mês seguinte, americanos e chineses chegaram a uma espécie de “cessar-fogo” comercial, com ambos países suspendendo qualquer aumento de tarifas por 90 dias a partir de 14 de maio.
Em junho, autoridades americanas e chinesas tiveram dois dias de negociações em Londres. Trump conversou por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping.
Um acordo foi anunciado por Trump no qual a China teria concordado em fornecer metais de terras raras a empresas americanas, enquanto os EUA voltariam atrás em suas ameaças de revogar vistos de estudantes chineses.
No entanto, não houve anúncio sobre as tarifas recíprocas. A trégua comercial entre os países expira no dia 12 de agosto e não há definição sobre o que deve acontecer depois desse prazo.
Dados oficiais divulgados esta semana mostram que a economia da China conseguiu crescer 5,2% (índice anualizado) no segundo trimestre do ano — o mesmo ritmo registrado no mesmo período do ano passado.
No entanto, economistas acreditam que pode haver uma contração da expansão econômica chinesa, caso EUA e China não cheguem a um acordo definitivo sobre tarifas de importação.
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Fonte: G1

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