O presidente venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), criticou na 3ª feira (23.jul.2024) o sistema eleitoral de Brasil, Estados Unidos e Colômbia por não auditarem o processo.
“Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, com 16 auditorias”, declarou Maduro em comício. “Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam um único registro. Na Colômbia? Eles não auditam um único registro”, acrescentou.
As críticas de Maduro foram feitas depois de o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter afirmado que ficou “assustado” com a declaração do Maduro, feita em 17 de julho, de que poderia haver um “banho de sangue” caso perca as eleições na Venezuela, marcadas para domingo (28.jul.2024).
“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, afirmou Lula na 2ª feira (22.jul).
Em resposta, o presidente da Venezuela disse, na 3ª feira (23.jul): “Eu não disse mentiras. Só fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”.
Em 20 de junho, o presidente venezuelano se comprometeu publicamente a respeitar os resultados do pleito em resposta à preocupação de parte da oposição e de observadores internacionais quanto à integridade do processo eleitoral. No entanto, afirmou que a oposição planeja um golpe de Estado.
O principal adversário de Maduro na eleição de domingo (28.jul) é Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro). Ele representa a coalizão formada por 11 partidos de centro-esquerda e centro-direita. Pesquisa realizada pelo Instituto Delphos indica que Edmundo González tem 59,1% das intenções de voto ante 24,6% de Maduro.