Enquanto o aumento da alíquota do IOF não sai, na dependência de que Legislativo e Executivo deixem de manha, façam as pazes, deem a mão um ao outro e digam que se amam, o governo Lula já prepara um novo imposto para bancar as viagens de Janja – mas não só. Trata-se de Contribuição Obrigatória sobre Oxigênio (COO₂). Isso mesmo. O que parecia impossível aconteceu e Fernando Haddad vai taxar o ar que você respira. (………………………………………………………………………………..)
[INSPIRA SOFREGAMENTE]. É, pelo jeito não vai dar para sonegar. Não por muito tempo. Em entrevista coletiva para o lançamento do novo tributo, Haddad destacou o caráter igualitário do COO₂. “É uma questão de lógica. Se todo mundo consome oxigênio, então é justo que todo mundo pague imposto”, disse ele, ressaltando que, ao contrário do que dizem as fake news da imprensa golpista e fascista, não se trata de um imposto sobre o ar que respiramos. “O imposto incidirá apenas sobre o oxigênio. Não sobre o nitrogênio, nem o gás carbônico nem o vapor d’água”, explicou o ministro. Ah, bom.
Reações
O anúncio do COO₂ foi recebido com entusiasmo pelo governo. “Esse dinheiro vai ajudar a financiar as viagens da Janja e os supersalários do Judiciário, mas também, e principalmente, o programa Renda Básica de Obediência, pago ao cidadão que repetir fielmente o discurso oficial nas redes sociais”, disse Sidônio Palmeira, ministro da Propaganda de Lula. Também conhecida como Bolsa-Felipe Neto, a RBO incentivará a obediência cega e democrática em troca de trinta dinheiros.
Mas claro que sempre tem um ou outro fracassomaníaco para reclamar, né? Sempre tem. “O novo imposto é um desincentivo à respiração, o que pode causar um colapso no Sistema Único de Saúde, além de ser uma intervenção indevida no livre mercado das trocas gasosas”, disse o economista Sifrão Monetário Dornelles, diretor da Ultraliberal School of Economics, de London, U.K., Europe, Earth, Solar System, Orion–Cygnus Arm, Milky Way Galaxy, Universe.
Como funcionará a cobrança?
Atualmente, uma pessoa consome em média 720 litros de oxigênio por dia – tudo fornecido de graça pelo generoso governo do presidente Lula. A ideia de Haddad é mudar essa realidade, a fim de fazer com que as pessoas deem mais valor ao ar que respiram e fazer com que o ar que as pessoas respiram rendam mais valore$ ao governo. Além disso, o novo imposto pretende promover a justiça social cobrando mais de quem faz exercícios físicos com alto consumo de oxigênio, bem como daqueles que moram em regiões mais arborizadas, de ar mais puro. Ou seja, os abomináveis ricos.
A cobrança será feita por meio da implantação obrigatória de um dispositivo chamado taxatômetro nasal intercatotal. Ou apenas Darf de Nareba, como já está sendo chamado. De acordo com informações do Ministério da Fazenda, deputados do PSOL ansiosos por pagar mais, mais, mais, mais imposto se ofereceram para testar o aparelho, que relevou grande poder arrecadatório. “O Ivan Valente contribuiu muito”, disse o ministro. Também…
Vem mais imposto por aí?
O COO₂ pretende arrecadar algo entre 12 e 120 bilhões por ano. De acordo com especialistas, porém, se esse valor for insuficiente para cobrir os gastos de viagem da primeira dama, os salários do Judiciário e a Renda Básica de Obediência, o governo terá de ser ainda mais criativo. Não que isso seja problema para Haddad e sua incrível equipe de tributófilos, claro.
Tanto que estão em desenvolvimento estudos para a implantação da Taxa de Permanência Existencial, cobrada sobre dias vividos; do Imposto Sobre Pensamentos Antidemocráticos, cobrados de… xi, paguei; da Tarifa de Deslocamento Ocioso, cobrado de quem gosta de andar à toa, do Imposto sobre Silêncio Improdutivo (Shhhh); do Tributo sobre Estética Popular, cobrado dos feios e pobres; do Imposto Sobre Sonhos Não Realizados, cobrado sobre a cerveja e a picanha; e, finalmente, da Contribuição Especial por Ironia.
- Humor ideal do leitor: Bem-humorado e crítico ao governo.
- Situação ideal de leitura: No meio de um ônibus lotado
- Risco de ofensa pessoal: Alto para simpatizantes da esquerda. Baixo para a direita. Igual para o leitor isentão ou chucro.
- Probabilidade de você mudar de opinião: 6%.
- Reação buscada pelo autor: Rir e se indignar com a sanha arrecadatória, ué!
- Palavras que talvez você não entenda: Nareba, Felipe Neto, tributófilos.