Em novembro de 2024, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) protagonizaram uma cena de descontração nos bastidores do plenário da Corte. Às vésperas da retomada do poder por Donald Trump nos Estados Unidos, discutia-se — em tom de piada — qual deles seria o primeiro a ter o visto norte-americano revogado.
Estavam presentes Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Kassio Nunes. A conversa ocorreu pouco depois de parlamentares republicanos dos EUA enviarem uma carta ao secretário de Estado Antony Blinken para solicitar a revogação dos vistos dos ministros.
No documento, Moraes foi chamado de “ditador totalitário”, e os demais integrantes do STF foram qualificados como “cúmplices destas práticas antidemocráticas”. A pressão não surtiu efeito sob o governo democrata de Joe Biden, e a Corte brasileira tratou o episódio com leveza.
A expectativa, porém, já era de que a vitória de Trump mudaria o cenário. Integrantes do grupo de Jair Bolsonaro consideravam que, com o republicano de volta à Casa Branca, “os magistrados começariam a sentir o vento contra”.