A Operação Gomorra, coordenada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), trouxe à tona um esquema complexo de fraudes a licitações que movimentou cerca de R$ 1,8 bilhão nos últimos cinco anos em Mato Grosso. Com seis mandados de prisão expedidos pela Justiça, quatro foram cumpridos, enquanto dois dos investigados permanecem foragidos. O núcleo central da operação aponta Edézio Correa como a figura-chave na organização criminosa formada para desviar recursos públicos em contratos com prefeituras e câmaras municipais do estado.
Investigadores identificaram uma rede de parentescos e relações societárias que conecta as empresas Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, Pantanal Gestão e Tecnologia Ltda e Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda. Conforme as apurações, essas empresas atuavam em diversos setores – fornecimento de combustível, aluguel de veículos e máquinas, materiais de construção, além de produtos e serviços médico-hospitalares – sempre focadas em fraudar processos licitatórios.
A lista de investigados inclui, além de Edézio Correa, Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, Roger Correa da Silva, Waldemar Gil Correa Barros, Eleide Maria Correa e Janio Correa da Silva. Entre os citados, apenas Karoline Quatti Moura não foi alvo de mandado de prisão. As buscas se estenderam às empresas dos investigados e à Prefeitura de Barão de Melgaço, com o objetivo de coletar provas das transações ilícitas.
Diante da complexidade do caso, o Naco não descarta desdobramentos da operação, mirando contratos em mais de 100 prefeituras e câmaras municipais do estado, todas com vínculos contratuais com as empresas envolvidas no esquema.