Sem receber passageiros há quase meio século e sem trilhos desde a década de 1990, a principal estação ferroviária construída em Monte Santo de Minas (a 432 km de Belo Horizonte) era mais uma fadada a virar ruínas.
Importante ponta do ramal de Passos da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, a exemplo do que ocorria com municípios paulistas atendidos pela empresa ferroviária, a estação inaugurada em 1913 era utilizada para o escoamento do café de fazendas da região para o porto de Santos, de onde era exportado.
O município continua tendo o café como um dos pilares de sua economia, mas o declínio ferroviário fez com que a estação deixasse de receber passageiros em 1976, mesma época em que o transporte de pessoas pelas ferrovias sofreu um forte processo de abandono.
As cargas ainda continuaram a passar pelo local até o início da década de 1990, quando os trilhos foram retirados.
A estação Monte Santo ainda funcionou nos anos 80 como escola, mas o processo de degradação se acentuou a partir da retirada dos trilhos, até que, há cerca de dois anos, ela passou a ser recuperada.
Foram feitas reformas na estrutura do prédio, bastante deteriorada, no telhado, nas portas e nas janelas, além da troca da fiação elétrica e na pintura com as cores originais.
Já revitalizada, a estação foi reinaugurada no ano passado e batizada como Estação Cultura Maria Batista de Oliveira, após um investimento de R$ 1,43 milhão, para abrigar salas de oficinas culturais e artesanato e um anfiteatro.
No último dia 19, quando a Folha esteve na estação pela segunda vez —a primeira foi em junho de 2023—, crianças brincavam no espaço e um grupo de mulheres conversava num dos bancos instalados no local, o que antes não ocorria.
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Município de cerca de 21 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Monte Santo de Minas chegou a ter outras duas estações da Mogiana, Itiguassu, distante 13,8 quilômetros da Monte Santo, e Vicente Carvalhaes, em sentido oposto, a 7,8 quilômetros da principal estação da cidade.