Reprodução
A ex-vereadora acusa do prefeito reeleito Osmar Froner de compra de votos
DA EDITORIA
A ex-vereadora e advogada Fabiana Nascimento (PSDB), que disputou a Prefeitura de Chapada dos Guimarães nas eleições de 2024, protocolou um pedido de impedimento contra o juiz Leonisio Salles de Abreu Júnior, na ação contra o prefeito reeleito Osmar Froner (União Brasil), que apura suposta compra de votos.
Fabiana alega que o magistrado não reúne condições de imparcialidade para julgar o caso, uma vez que a esposa dele, Karina Pereira Salles de Abreu, atuou como coordenadora da Gestão do SUS em Chapada dos Guimarães entre abril de 2023 e agosto de 2024, em cargo de livre nomeação pelo prefeito investigado.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
“Portanto, o fato do cônjuge de Vossa Excelência exercer cargo comissionado, durante a gestão do Prefeito Osmar Froner, inclusive durante parte do período eleitoral, expõe a vulnerabilidade do magistrado frente a suposto monitoramento e plano elaborado dos autores, delineando um contexto que torna evidente e fortemente questionada a sua imparcialidade objetiva e subjetiva para decidir nestes autos”, argumentou a advogada.
A ex-vereadora destaca ainda que Karina não é concursada e ocupava cargo de confiança, o que pressupõe relação direta com a autoridade nomeante.
Ao justificar o pedido, Fabiana reconheceu o currículo do juiz, mas afirmou que relações pessoais podem interferir no processo.
“Não se ignora e nem poderia se ignorar o notório saber jurídico de Vossa Excelência, sendo um magistrado academicamente qualificado e experiente. Contudo, é inescapável que, como todo ser humano, possa ser influenciado em seu íntimo, comprometendo a imparcialidade necessária para desempenhar suas funções”, destacou.
Compra de votos
Na ação, Fabiana denuncia a existência de um suposto esquema de compra de votos e abuso de poder político e econômico durante a campanha de 2024.
De acordo com os autos, coordenadores da campanha de Froner teriam cadastrado famílias em troca da promessa de pagamento de R$ 1 mil por voto.
A ex-vereadora ainda apontou que o empresário Guilherme Henrique de Oliveira Costa, dono do restaurante Guilas Grill, teria atuado como intermediário financeiro, sendo posteriormente nomeado, como “recompensa”, diretor-geral do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Chapada dos Guimarães, em janeiro de 2025.
Como provas, foram apresentadas 119 fichas de entrevistas, cópias de documentos pessoais e comprovantes de transferências bancárias que, segundo a denúncia, apontariam para um possível mecanismo de lavagem de dinheiro utilizado para abastecer a campanha.
O caso era inicialmente conduzido pelo juiz Renato José de Almeida Costa Filho, titular da 34ª Zona Eleitoral, mas após seu afastamento temporário por 140 dias, o processo passou à presidência do juiz Leonisio Salles.