O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade de os Estados Unidos invadirem o seu país para retomarem o Canal do Panamá com um “fala sério” na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quarta-feira (22).
A pergunta fazia referência às sucessivas ameaças de Donald Trump, que acaba de assumir a Casa Branca, de retomar o canal, construído pelos EUA no início do século 20 e devolvido aos panamenhos em 1999.
O republicano —que tem expressado desejos expansionistas para além do Panamá nas últimas semanas— voltou a insistir no assunto em seu discurso de posse, na segunda-feira (20). “A China está operando o Canal do Panamá, e nós não o demos à China. Nós o demos ao Panamá, e vamos tomá-lo de volta”, disse.
China, terra do meio
Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados
Mulino se recusou a responder a mais perguntas de jornalistas. Ele abordou as ameaças trumpistas contra o canal no painel de que participou, no entanto.
Na discussão, o presidente panamenho voltou a dizer que o corpo d’água que liga os oceanos Atlântico e Pacífico “pertence ao Panamá e continuará a pertencer ao Panamá”. “O Canal do Panamá não foi uma concessão ou um presente dos EUA”, afirmou Mulino.
Ele também disse que rejeitava “por completo tudo o que o Trump disse” e chamou as afirmações do americano de falsas.