O tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros expôs o isolamento diplomático do governo Lula e causou forte reação no cenário político nacional. A sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump gerou críticas diretas ao petista, acusado por lideranças de direita de priorizar ideologia em vez de proteger os interesses econômicos do Brasil.
Trump oficializou a medida em carta enviada ao governo brasileiro e aproveitou para endossar publicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “negociador duríssimo, mas honestíssimo”. A mensagem foi recebida como um gesto político contundente e escancarou o desalinhamento entre Washington e o Planalto. Em resposta, Lula tentou desviar o foco do tarifaço voltando a atacar Bolsonaro, mas recebeu de volta uma frase certeira do ex-presidente na rede sociais X: “Ladrão, é você de novo comigo na sua boca?”
A fala, carregada de ironia e provocação, viralizou nas redes sociais e simbolizou o contraste entre os dois líderes. Enquanto Lula tenta construir uma narrativa de perseguição, Bolsonaro se fortalece como nome da direita internacional — com apoio explícito do republicano Trump e da base conservadora brasileira.
Governadores colocam a culpa no governo Lula
Os principais governadores de oposição também reagiram. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO) atribuíram diretamente a Lula a responsabilidade pelo tarifaço. Em tom firme, Tarcísio apontou o caráter ideológico das escolhas diplomáticas do governo petista.
“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, declarou o governador de São Paulo.
A fala de Tarcísio encontra respaldo em seu alinhamento público com o presidente norte-americano. Em janeiro, ele apareceu usando o icônico boné vermelho do movimento “Make America Great Again” e tem sido cotado como possível adversário de Lula em 2026, ao lado de Zema e Caiado.
A tentativa de Lula de transferir a culpa para Bolsonaro — que sequer ocupa cargo público — não convenceu. O discurso vitimista do petista se choca com a realidade: um Brasil que volta a ser visto com desconfiança pelos grandes mercados internacionais, enquanto seus aliados flertam com regimes autoritários e desprezam os valores ocidentais.
Trump não apenas aumentou as tarifas: ele deixou claro que só negociará quando a “caça às bruxas” contra Bolsonaro acabar. Um recado direto e constrangedor para o governo brasileiro, que agora enfrenta as consequências do isolamento que ele mesmo criou.