No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou Carter como “um amante da democracia e defensor da paz”. Ele também relembrou a atuação do ex-presidente norte-americano durante a ditadura militar brasileira, quando pressionou o regime pela libertação de presos políticos, e afirmou que Carter será lembrado por sua defesa da paz como condição essencial para o desenvolvimento.
Da Europa, mensagens carregadas de admiração também marcaram o momento. O rei Charles III recordou a dedicação de Carter ao serviço público e à promoção dos direitos humanos, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou sua luta incansável pelos mais vulneráveis e pela paz global. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apontou como Carter redefiniu o papel de ex-presidente com seu compromisso notável com justiça social e direitos humanos.
O legado de Jimmy Carter foi celebrado como um exemplo de liderança baseada em princípios, uma inspiração para futuras gerações e um símbolo de solidariedade global.
Carter e o Brasil
As relações entre Carter e o Brasil foram tensas – ainda candidato presidencial, ele colocou o desarmamento nuclear e a defesa dos direitos humanos na pauta de sua política externa. O Brasil estava em plena ditadura militar, negando torturas, abusos de direitos humanos e censura à imprensa. Paralelamente, o governo militar queria a expansão nuclear no país, tendo assinado um acordo de cooperação com a Alemanha, que resultou na construção dos reatores das usinas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Carter irritou os militares ao enviar o vice Walter Mondale para a então Alemanha Ocidental, para que tentasse pôr fim ao acordo de cooperação nuclear alemão com o Brasil. A viagem foi feita sem conhecimento prévio das autoridades brasileiras. O acordo foi mantido e o então presidente brasileiro, general Ernesto Geisel, terminou um acordo de assistência militar entre os EUA e o Brasil.