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Mulher tem AVC após levar chupão no pescoço; entenda os riscos

POLIANA CASEMIRO

DO G1

Em meio à empolgação do carnaval, há quem se entregue a beijos e carinhos mais intensos. No entanto, um gesto aparentemente inofensivo pode trazer riscos à saúde. Relatos médicos apontam que a pressão exercida por um chupão no pescoço pode causar lesões que podem levar a um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na Nova Zelândia, médicos publicaram um relato em uma revista científica sobre o caso de uma paciente de 44 anos que estava com um chupão no pescoço e foi até o hospital após apresentar fraqueza, sendo que, posteriormente, o quadro evolui para perda de movimento no braço direito. Ao realizarem os exames, os médicos perceberam que ela tinha sinais de AVC.

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Os médicos também relataram o caso de uma mulher de 35 anos, na Dinamarca, que foi socorrida às pressas em meio a um AVC. O diagnóstico: ele foi causado por um chupão que ela havia levado no pescoço 12 horas antes.

Como um chupão pode evoluir para um problema no cérebro?
O g1 conversou com especialistas, e o que eles explicam é que a pressão feita com a boca na região do pescoço causou uma lesão na artéria carótida, responsável por transportar sangue rico em oxigênio do coração para o cérebro.

O médico neurologista Felipe Aydar Sandoval, do Hospital Sírio-Libanês, explica que o nome técnico desse tipo de lesão é dissecção da artéria carótida, que é uma ruptura na parede da artéria, podendo causar sangramento e reduzir o fluxo sanguíneo para o cérebro.

“A dissecção, que é essa lesão, é uma causa comum de AVC em pessoas jovens. Esses casos que vimos são mais comuns do que imaginamos, e o chupão não é o único gatilho”, explica.

Nos dois casos, as pacientes foram atendidas, hospitalizadas e receberam alta sem sequelas.

Qual a recomendação médica?
O especialista explica que esse tipo de lesão pode ocorrer devido a uma pancada em um acidente, a um chupão, mas também em muitas outras atividades do dia a dia, como natação, crossfit, prática de lutas e até andar de montanha-russa.

“É mais comum do que se imagina, e na maioria dos casos passa despercebido, apenas como uma dor no pescoço, sem manifestar consequências. Mas é preciso ficar alerta após um chupão ou uma lesão para sinais como fraqueza, dormência e perda dos movimentos. Nesses casos, é preciso procurar atendimento médico”, orienta.

Ou seja, não há uma contraindicação, mas é preciso cuidar dos sintomas após o chupão.



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