Nikolas: Ministra da mulher do Lula não sabe o que é uma mulher

Em sessão na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (6), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) direcionou questionamentos à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e concluiu que ela não sabe ou não pode conceituar o que é ser mulher por “medo da militância”. Na ocasião, o parlamentar perguntou como a pasta poderá produzir políticas públicas para seu público-alvo, se sequer consegue defini-lo.

As declarações ocorreram na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara. Na oportunidade, Nikolas iniciou citando a fala de uma assessora da pasta, que disse que o entendimento dentro do ministério é de que “quando perguntam o que é uma mulher, nós não temos que nos posicionar. Mas a mulher trans é mulher sim. A mulher trans é mulher. Então, isso não é discutível”.

– Isso me preocupa muito, senhora ministra. Porque o Ministério da Mulher precisa de um conceito. Ou seja, o que é mulher? Essa seria a minha primeira pergunta. (…) Basicamente, o Ministério da Mulher tem se utilizado da mulher como uma fantasia, um sentimento, um gênero. Eu acredito que isso é um desrespeito com as próprias mulheres. Isso impossibilita, a meu ver, que você crie, inclusive, políticas públicas para a mulher – assinalou Nikolas.

O parlamentar ainda retrucou um vídeo anterior em que a ministra definiu as mulheres como “aquelas que ganham menos, sofrem desigualdades e passam fome”.

– Isso não é um conceito. Isso são os efeitos que incidem em um conceito. Até mesmo porque caso contrário a senhora não seria mulher, pois não passa fome e nem ganha menos que algum outro homem no ministério. E se isso acontece, peça ao teu chefe [o presidente Lula] para igualar os salários – ironizou.

O deputado também mencionou que o próprio movimento feminista possui um segmento que compreende esse tema da mesma forma que ele. Na sequência, o parlamentar defendeu que a palavra “mulher” significa “fêmea adulta da espécie humana” e que aqueles que dizem o contrário são os “verdadeiros negacionistas”. O congressista fez um apelo para que as pessoas tenham “honestidade intelectual para se atentar à realidade”.

– Se eu falo que um triângulo equilátero é um triângulo, uma forma geométrica, que possuem três lados iguais. Isso é um conceito. Se eu altero esse conceito, como fica a matemática? Por que somente quando diz respeito à sexualidade e gênero, nós podemos abrir uma exceção para a realidade? – interrogou.

Durante seu tempo de resposta, Cida Gonçalves, que é especialista em gênero e em enfrentamento à violência contra mulheres, disse que seu ministério pensa em políticas para mulheres tendo em vista a “pluralidade” e “diversidade”.

– Quando dentro do ministério nós pensamos políticas para as mulheres, nós já definimos no nome, que é Ministério das Mulheres. Não é Ministério da Mulher. Porque o Ministério das Mulheres tem que trabalhar dentro de uma perspectiva de diversas mulheres brasileiras. As mulheres que estão em São Paulo não são as mesmas mulheres que estão na Floresta Amazônica, não são as mesmas que estão no Pantanal; então, nós precisamos pensar as mulheres em sua diversidade, na sua pluralidade e na sua realidade. Não é discutir única e exclusivamente o que é ser mulher, mas o que nós podemos fazer para as mulheres brasileiras e esse é o papel do ministério – disse Gonçalves.

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