O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, recomendou ao Supremo Tribunal Federal a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de “golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa”, exatamente nos termos do inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes antes mesmo da fase de coleta de provas e tomada de depoimentos.
Nomeado para o cargo por Lula e ligado ao ministro do STF Gilmar Mendes, por quem foi indicado, ambos hostis a Bolsonaro, Gonet apresentou as chamadas alegações finais mais previsíveis dos últimos tempos, apesar da gravidade das acusações.
Para ele, Bolsonaro liderou uma suposta “organização criminosa armada” voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.
Também foram denunciados por Gonet os seguintes ex-ministros, militares e aliados de Bolsonaro, como o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça e delegado da Polícia Federal Anderson Torres, o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e um dos militares mais admirados da História das Forças Armadas, o general e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro, Braga Netto, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente.