Um fenômeno interessante é o surgimento de provedores locais de internet, alguns até com autorização da Anatel, que tentam suprir a demanda por conexão de qualidade. Esses provedores, muitas vezes criados por moradores das próprias comunidades, entendem as necessidades locais e oferecem serviços adaptados à realidade das favelas. No entanto, eles enfrentam desafios enormes, como a concorrência desleal com as grandes operadoras e dificuldades logísticas para instalar e manter a infraestrutura necessária.
Projetos como os telecentros comunitários e as antenas de internet gratuita também são exemplos de como a infraestrutura pode ser democratizada. A tecnologia, quando bem aplicada, é um equalizador social.
Ter acesso à tecnologia é importante, mas não basta. É preciso saber usá-la de forma estratégica. Nas favelas, muitos jovens já estão mostrando que a tecnologia pode ser uma ferramenta de emancipação. Projetos e iniciativas de organizações sociais oferecem cursos de programação, tecnologia e design gráfico, estão formando uma nova geração de profissionais qualificados.
Esses jovens não são apenas consumidores de tecnologia; eles são criadores. Aprender a programar, por exemplo, abre portas para empregos bem remunerados e para o empreendedorismo. E o impacto vai além: cada jovem capacitado se torna um multiplicador, levando conhecimento para sua família e comunidade.
A tecnologia nas favelas não pode ser apenas uma cópia do que já existe em outros lugares. Ela precisa ser adaptada à realidade local, com soluções que resolvam problemas reais. Isso significa ouvir as demandas da comunidade e criar ferramentas que façam sentido para o dia a dia das pessoas.
Um exemplo são os provedores locais de internet, que, apesar das dificuldades, mostram que é possível oferecer serviços de qualidade mesmo em áreas de difícil acesso. Essas iniciativas não apenas conectam as pessoas, mas também geram empregos e movimentam a economia local.