A ONG de direitos humanos Foro Penal informou neste domingo (18) que mais de 1.500 pessoas foram presas na Venezuela desde o início dos protestos contra os resultados das eleições de 28 de julho. De acordo com a organização, entre os detidos estão 129 adolescentes, com idades variando de 14 a 17 anos, 14 indígenas, 18 pessoas com deficiência e 200 mulheres, sendo a maioria considerada opositora ao regime de Nicolás Maduro.
No começo deste mês, o alto comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, também denunciou o “alto e contínuo número de detenções arbitrárias, bem como o uso desproporcional da força relatado após as eleições presidenciais” da Venezuela. Ele pediu ainda ajuda para a libertação imediata “de todos os que foram detidos arbitrariamente e garantias de julgamento justo para todos”. Nos primeiros dias após a eleição presidencial do país sul-americano, Türk já havia manifestado preocupação com as prisões em massa.
O comunicado da ONU diz que, na maioria dos casos documentados pelo Escritório de Direitos Humanos da organização, “os detidos não foram autorizados a nomear advogados de sua escolha ou a ter contato com suas famílias. Alguns desses casos equivaleriam a desaparecimentos forçados”.
O governo venezuelano alega que luta contra grupos criminosos pagos para promover o caos e abrir caminho para um golpe de Estado.