Dois empresários — um dono de uma distribuidora de bebidas e outro de uma rede de farmácias — sofreram medidas cautelares no âmbito da operação “Falso Profeta”, realizada pela Polícia Civil e deflagrada nesta quinta-feira (20), em Cuiabá. Os estabelecimentos funcionavam de forma fictícia e eram utilizados para alimentar as atividades do Comando Vermelho na região metropolitana.
As pessoas jurídicas também transferiam grande parte do dinheiro arrecadado para o CV no Rio de Janeiro, onde está instalado o braço da facção. “Duas pessoas jurídicas completamente de fachada, apesar de apresentarem uma movimentação considerável de valores em um curto espaço de tempo estão envolvidas no esquema. Essas pessoas jurídicas também tiveram medidas cautelares aplicadas, que é a suspensão das atividades econômicas. Uma parte desse lado financeiro é transferida para integrantes do CV no Rio de Janeiro, que é o braço da facção criminosa. Uma delas tem como objeto social a distribuição de bebidas e a outra é uma rede de farmácias”, informou o delegado da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Rodrigo Azem, durante uma entrevista coletiva nesta manhã.
O objetivo da ação é desarticular um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro praticado pelo CV contra estabelecimentos comerciais que operam na distribuição de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande. O alvo principal da operação, identificado como líder da facção criminosa e mentor do esquema, é o pastor de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, identificado como Ulisses Batista e que está foragido no Estado do Rio de Janeiro.
Estão sendo cumpridas 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva, nove mandados de busca e apreensão, duas determinações de proibição do exercício de atividades econômicas pelas empresas, cinco sequestros de veículos e sete bloqueios de contas bancárias, que podem totalizar até R$ 1,5 milhão.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Capital e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e no Rio de Janeiro (RJ). A operação integra o planejamento estratégico da Polícia Civil no combate às facções criminosas, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero do Governo do Estado.