Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem carregando a mãe morta, já em estado de decomposição, em uma cadeira de rodas, na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira. Aurora Marques, de 100 anos, morreu de causas naturais e o filho estava andando com ela pela região. A Polícia Civil investiga o caso.
De acordo com relatos, Aurora morreu na terça-feira (16), aparentemente de causas naturais. O filho justificou que tomou a decisão de levar o corpo em uma cadeira de rodas devido à demora para a remoção pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Polícia Civil abriu uma investigação e realizou perícia no local. O corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) no Centro do Rio.
Vídeos impressionantes nas redes sociais
As imagens que circularam rapidamente nas redes mostram o homem empurrando a cadeira e sendo abordado por pedestres. Ele teria se dirigido ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Seca, na tentativa de resolver a situação. No entanto, antes de chegar ao destino, foi interceptado por moradores e criminosos locais, que o acusaram de ter matado a mãe. O homem alegou ainda que sofreu agressões, embora não tenha apresentado ferimentos à Polícia Militar.
Depoimento e cronologia dos fatos
Em depoimento na 28ª DP (Campinho), o homem explicou que Aurora começou a passar mal na terça-feira e morreu logo em seguida, enquanto estava na cama. Ele afirmou que acionou o Samu, mas a remoção do corpo não aconteceu de imediato. No segundo chamado, uma equipe atestou o óbito e informou que um serviço social cuidaria do caso. Porém, com a demora, ele decidiu agir por conta própria.
A versão do filho inclui também um momento de tensão. Segundo ele, ao sair de casa com o corpo da mãe, foi ameaçado por integrantes da comunidade e agredido. A Polícia Civil segue investigando os detalhes.
Respostas das autoridades
O Samu informou que sua equipe esteve no local na terça-feira, constatou o óbito e emitiu a declaração necessária. No entanto, tentou repetidas vezes entrar em contato com familiares para encaminhar o sepultamento gratuito, mas não obteve sucesso. Já a Secretaria de Assistência Social afirmou que o CRAS Gonzaguinha está disponível para oferecer suporte, mas que o homem não buscou ajuda formalmente.
O caso levanta questões sobre o atendimento emergencial em áreas de risco e a falta de recursos disponíveis para lidar com situações delicadas como essa. As investigações continuam para esclarecer os acontecimentos que culminaram nessa cena perturbadora no coração da Zona Oeste.