A Meta anunciou grandes mudanças na semana passada, que incluíram novas políticas de moderação e diretrizes de publicação nas plataformas da empresa e a indicação de Dana White ao conselho. A forma e o conteúdo dos anúncios selaram a aproximação entre Mark Zuckerberg e Donald Trump e o adesismo empresarial ao presidente eleito dos EUA.
O movimento já tinha sido visto no X —Elon Musk foi aliado de Trump desde a campanha e vai integrar o governo—e acenos recentes partiram de Jeff Bezos, da Amazon, e Sam Altman, da OpenAI. Os dois prometeram doações para a posse do republicano, assim como Google e Microsoft. O CEO do TikTok se encontrou com o político
A aliança com o futuro governo, no caso das big techs, levou a questionamentos: tanto em relação aos interesses de cada lado quanto sobre os impactos que ela pode ter em algumas das principais plataformas de redes sociais do mundo. União Europeia, Austrália, Canadá e Brasil criticaram as medidas da Meta, por exemplo; o presidente Lula mandou recados a Zuckerberg falando em soberania e em evitar que as redes virem uma “barbárie digital”.
O Café da Manhã desta segunda-feira (13) fala dos impactos do alinhamento das big techs ao trumpismo. O professor de jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marcelo Träsel, que pesquisa desinformação, discute o que as empresas e o governo Trump ganham com a aliança, explica como as diretrizes das plataformas devem se adequar a regras de diferentes países e analisa as consequências dessas mudanças na geopolítica e no ambiente das redes sociais.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laura Lewer, Lucas Monteiro e Paola Ferreira Rosa. A edição de som é de Thomé Granemann.