A mais idosa entre as prefeitas do Brasil, Graça Carrazzoni (MDB), de 85 anos, dirige a cidade de Itambé, em Pernambuco, onde o presidente Lula (PT) venceu o segundo turno das últimas eleições. No entanto, se engana quem pensa que ela apoia o petista. Muito pelo contrário, a gestora municipal é crítica do atual chefe do Executivo e diz que ele está “no caminho errado”.
Em uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a prefeita relatou sua trajetória na política e falou sobre o cenário atual do Executivo federal. Na opinião dela, Lula não faz um bom governo e não tem cumprido o que prometeu na campanha.
– Lula foi presidente, teve passado, acreditaram muito no que ele disse que iria realizar. Ele não fez nada do que prometeu. Acho que ele está indo no caminho errado. Gostaria que ele realizasse tudo que ele prometeu fazer para o povo, que está sofrendo – disse.
Já em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a prefeita de Itambé nutre uma simpatia. Em 2022, ela fez campanha para o líder conservador, algo considerado raro no estado que é visto como um reduto de Lula.
– Simpatizei e vi a mentalidade dele. Achei muito boa para que ele fosse o presidente – declarou.
Ao veículo, Carrazzoni disse também que vê Bolsonaro como injustiçado pela Justiça Eleitoral, que o declarou inelegível até 2030, e afirmou “que tem muita coisa que foi errada”. Sobre o pleito presidencial de 2026, ela diz que novamente não apoiará Lula e defende que Bolsonaro endosse um nome que esteja apto a disputar as eleições.
– Deveria ser outra pessoa que [se ganhar] assumisse – completou.
SOBRE A CARREIRA POLÍTICA DE GRAÇA
O marido de Graça, Fred Carrazzoni, foi prefeito de Itambé por seis mandatos. Ele morreu no último mês de abril, aos 85 anos. Em parte dos governos do marido, ela chegou a exercer o cargo de secretária municipal de Ação Social.
Natural de Alagoinha, também em Pernambuco, ela se mudou para Itambé nos anos 60 após ser aprovada em um concurso para professora da rede estadual. Graça sempre atuou ao lado do marido pedindo votos para ele, mas, em 2016, após ele ter imbróglios judiciais que inviabilizaram sua candidatura, foi a vez de Graça ser candidata. Ela foi eleita na ocasião e se reelegeu em 2020.