Tragédia das tragédias, não há eletricidade para recarregar o celular para checar zap e redes sociais, por exemplo. Em alguns locais, o apocalipse: a internet caiu.
Ao mesmo tempo, empresas e consumidores perderam produtos e geladeiras, médicos e pacientes sofrem com a falta de luz e de geradores decentes e crimes foram cometidos com as ruas mais escuras.
Responsabilizar o poder público e o setor privado é parte importante da questão, mas não a esgota. Esquentamos a temperatura média do planeta, aumentando a frequência de eventos climáticos extremos. Tempestades, como a que ocorreu nesta sexta, são parte do nosso novo normal.
Precisamos preparar São Paulo para essa nova realidade, cuidando principalmente de quem pode perder a vida. Mas também atuar sobre a responsabilidade a cidade, e, portanto, nossa, para o aquecimento do planeta.
Como já disse aqui, parte da madeira extraída da Amazônia vem para a construção civil do Estado e somos grandes consumidores da carne bovina e de matérias-primas produzidas por lá, como minérios e soja. Atividades conectadas com desmatamento e queimadas. Sem contar que hidrelétricas são construídas, impactando o clima, para nos abastecer de energia.
Ao mesmo tempo, milhões de escapamentos de nossos carros, motos e caminhões pioram o efeito estufa, enquanto o aumento da malha de transporte de massa sobre trilhos segue devagar quase parando. E temos uma cobertura vegetal pequena e malcuidada em comparação ao nosso tamanho.