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Quando o cultivo de oliveiras com música erudita, um canhão sonoro e a poluição sonora ecoam nas páginas do jornal

A Folha tem publicado notícias curiosas relacionadas ao som. Entre elas a que foi veiculada no primeiro dia de julho, trazendo a informação de que há um produtor de azeite, do sul de Minas Gerais, mais precisamente na região da Serra da Mantiqueira, produzindo o valioso e amplamente falsificado óleo extraído da azeitona ao som da música clássica. Leia matéria em https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/07/azeite-avanca-no-sul-de-mg-e-produtor-toca-ate-musica-erudita-para-oliveiras.shtml.

No dia seguinte, 2 de julho, outra notícia foi veiculada no jornal informando que a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) pede, via emendas parlamentares, a compra de um canhão sonoro para dispersar multidões em bailes funks em São Paulo. Leia a matéria em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/07/vereadora-pede-canhao-sonoro-para-dispersar-multidao-em-bailes-funks-em-sp.shtml.

Por fim, mais uma notícia abordando o som relata os problemas que ele traz à população, quando utilizado como agente poluidor tornando-se puramente barulho. Leia matéria em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/07/bailes-funk-shows-e-obras-barulho-une-moradores-em-frente-contra-poluicao-sonora-em-sp.shtml.

Em todas as matérias o som surge como protagonista. No entanto, com “personalidades” diferentes.

Na primeira, através da música clássica, o som figura como elemento que supostamente tem o poder de ajudar na melhoria ou no aumento da produção do azeite. Segundo a matéria, “Ao som de música clássica diariamente das 6h às 18h, as 3.200 oliveiras da fazenda Santa Helena, a 1.650 m de altitude, foram responsáveis pela colheita de 30 toneladas na safra passada, que resultaram em 3.000 litros de azeite”.

Contudo não há comprovação científica de que o som seja efetivamente capaz de colaborar positivamente na produção de azeite ou de leite, como nos casos de currais que fazem uso dessa prática “avacalhada” buscando, durante a ordenha embalada por música clássica, obter mais e mais da nutritiva secreção vinda dos úberes das vacas “ouvintes”.

Já na segunda matéria, a que se refere sobre a aquisição de um canhão sonoro, ou melhor, a compra de um dispositivo de LRAD (Long Range Acoustic Device), sistema acústico de longo alcance projetado para emitir sons extremamente altos, tanto para comunicação quanto para dispersão de multidões, estabelecem-se alguns equívocos.

Primeiramente já foi comprovado que tal traquitana, embora não seja uma arma letal, pode ocasionar dores e danos irreparáveis aos ouvidos humanos. A União Americana pelas Liberdades Civis (em inglês, American Civil Liberties Union – ACLU), por exemplo, não aprova o uso de canhões sonoros, devido aos riscos potenciais e à falta de estudos sobre o impacto de armas que utilizam o som como munição.

Além do perigo iminente à saúde, canhões sonoros podem, sim, causar a dispersão das pessoas em um baile funk, mas não garantem que eles irão se mudar para outro local, e outro… e outro, assim como ocorre com os usuários de droga da boa e velha Cracolândia. Um monitoramento contínuo deverá ser realizado para acompanhar o “movimento”, além das direções que o baile tomará ao ser transferido para outras plagas.

Finalizando, a poluição sonora há muito faz parte da paisagem sonora da cidade de São Paulo. Vários são os polos geradores de estrépitos em diferentes pontos da cidade, assim como os infindos ruídos intermitentes da metrópole. A solução? Bom senso e educação aliados à política.

Enquanto isso aprendemos, em silêncio e lendo no jornal, a dormir com um barulho desses.

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