23/12/2024
O recém-eleito deputado federal Rodrigo da Zaeli (PL), que assumirá sua cadeira na Câmara dos Deputados em janeiro de 2025, não poupou críticas ao projeto aprovado pela Câmara Municipal de Rondonópolis, que institui o voto secreto para a eleição da mesa diretora. Em declarações contundentes, Zaeli classificou a medida como um retrocesso e uma frente à transparência, além de questionar a constitucionalidade de trechos do texto.
Com dois mandatos como vereador em Rondonópolis e experiência em disputas pela presidência da Câmara, Zaeli destacou a importância do voto aberto. “Em oito anos, participei de quatro eleições da Câmara e fui candidato duas vezes a presidente. Na primeira, perdi; na segunda, venci. E nunca foi voto secreto. A população tem o direito de saber quem elege o presidente da Câmara. Isso é transparência, é respeito ao eleitor”, disparou.
Para Zaeli, a nova regra é um desrespeito à democracia e uma tentativa de mascarar interesses políticos. Ele criticou especialmente o trecho da lei que considera quebra de decoro parlamentar a divulgação do voto por parte dos vereadores. “Você está tirando uma das prerrogativas principais do parlamentar, que é expor sua opinião. Isso, para mim, é inconstitucional. No mínimo, esses parágrafos precisam ser revistos. Como pode um vereador ser impedido de dizer em quem votou? Isso é absurdo.”
O ex-vereador foi além, afirmando que o voto secreto enfraqueceu a confiança da população nos representantes eleitos e abre margem para negociações obscuras. “Fazer um voto secreto para esconder quem elegeu o presidente da Câmara é um túmulo equívoco. Se um vereador não pode nem declarar seu voto, o que vem depois? Um projeto de lei que proíbe o parlamentar de expor sua opinião em qualquer contexto? Isso é calar a voz do legislador.”
Zaeli reforçou que a transparência deve ser prioritária em todos os níveis do poder legislativo e declarou que, como deputado federal, estará atento às legislações que atentem contra a democracia e os princípios constitucionais. “Dar a tapa e esconder a mão é fácil, mas a população merece respeito e clareza. É preciso mostrar quem votou, como votou e por quê.”
A fala do futuro deputado já repercute nos bastidores da política local, com apoiadores e opositores debatendo as implicações do projeto. Enquanto alguns vereadores defendem o voto secreto como forma de evitar pressões externas, os críticos apontam que a medida apenas obscurece o processo político e alimenta a desconfiança do eleitorado.
Rodrigo da Zaeli deixa claro que uma discussão não ficará restrita aos limites de Rondonópolis. Ele promete levar o debate ao Congresso Nacional, buscando mecanismos que garantam maior transparência e responsabilidade dos representantes públicos em suas decisões. “A população tem o direito de saber quem está ao seu lado e quem está contra. Tudo o que fere isso é um desrespeito à democracia.