Enquanto Índia negocia com os EUA e foge da aventura ideológica, Brasil afunda no isolamento diplomático
A Rússia escancarou de onde saiu a ideia da moeda comum do BRICS: do próprio presidente Lula. Em declaração direta, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou: “Foi o presidente Lula da Silva, na cúpula do BRICS em Joanesburgo, no ano passado, que iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos”.
A confissão veio no momento em que o plano — que buscava rivalizar com o dólar — entra na mira do presidente Donald Trump, que estuda impor tarifas de até 100% sobre produtos vindos dos países do BRICS. A reação americana atinge diretamente o Brasil, que se tornou o epicentro das retaliações por liderar o discurso ideológico de enfrentamento ao Ocidente.
Enquanto isso, a Índia — maior economia do bloco depois da China — já abandonou o barco da utopia monetária e está em tratativas com Washington para fechar acordos bilaterais com tarifas abaixo de 20%. Ou seja, age com pragmatismo enquanto o Brasil acumula prejuízo.
O que está em jogo:
– Lula apostou alto numa cruzada política contra a hegemonia do dólar, mas acabou isolado, com o Brasil pagando a conta da retaliação americana.
– Os demais integrantes do BRICS já demonstraram que a aliança é puramente estratégica e circunstancial. Quando o jogo aperta, cada um cuida do próprio bolso — menos o Brasil, que insiste em vender discurso de palanque como estratégia geopolítica.
O resultado é um só: o Brasil se tornou o elo fraco da corrente, colecionando prejuízos diplomáticos e econômicos em nome de uma liderança que só existe na narrativa.