Os confrontos eclodiram depois que “os moradores se recusaram a permitir que suas casas fossem revistadas”, acrescentou a Ong, completando que “dezenas de pessoas” foram presas. Em uma emboscada na entrada da aldeia, o irmão do oficial e homens armados bloquearam as forças de segurança e atiraram contra um dos veículos de patrulha.
A Ong disse ainda que o homem procurado, era um ex-diretor de justiça militar identificado como Mohammed Kanjo Hassan,.De acordo com o OSDH, ele “proferiu sentenças de morte e julgamentos arbitrários contra milhares de prisioneiros” de Saydnaya.
“Matadouro humano”
Localizada ao norte de Damasco, a prisão de Saydnaya,tornou-se um símbolo da repressão do clã Assad à população síria, principalmente desde o início da guerra civil em 2011. Milhares de detentos, amontoados nessa prisão que a Anistia Internacional descreveu como um “matadouro humano”, foram libertados pelos rebeldes sírios que tomaram o poder em Damasco, em 8 de dezembro.
O novo ministro do Interior da coalizão rebelde, Mohammed Abdel Rahman, confirmou em um comunicado que “quatorze membros do Ministério do Interior foram mortos e outros 10 ficaram feridos após (…) uma emboscada feita por ex-membros do regime criminoso” na província ocidental de Tartus. Isso aconteceu “enquanto eles cumpriam suas funções para manter a segurança e a proteção”, sublinhou Rahman.
Reorganização do exército com ex-rebeldes
O incidente ocorre em um momento em que o governo sírio anunciou uma ampla reorganização das forças de segurança. Em Damasco, as facções armadas concordaram em se dissolver e se unificar sob a égide do Ministério da Defesa, chefiado por Ahmed Al-Sharaa, segundo informações do correspondente da RFI em Damasco, Mohamed Errami.