O UOL conversou com três diferentes entidades e, apesar do alerta sobre a existência de uma possível fraude, nenhuma delas garante que Mondlane tenha obtido votos suficientes para vencer. A situação, portanto, é de uma completa incerteza e falta de transparência.
Segundo o governo brasileiro, outro marco na crise foi o anúncio do Ministro do Interior de que haveria “tolerância zero” diante dos protestos.
Se o questionamento de resultado de eleições é comum no país, a diferença desta vez foi a articulação dos protestos, ganhando o apoio da classe media e baixa urbana. O governo, segundo os documentos apurados pelo UOL, reagiu com violência e revelando estrutura precária das forças de ordem.
Depois de rejeitar os recursos da oposição, as autoridades confirmaram a derrota de Mondlane no dia 23 de dezembro, ampliando ainda mais a crise.
Como forma de justificar a repressão, o governo se apressou em denunciar a tentativa de Mondlane de instrumentalizar o caos e chantagear o país. As acusações de diplomatas estrangeiros são, de fato, de que o pastor teria ampliado a crise social com discurso de ódio.
Quem reconhece?
Até agora, apenas 15 governos pelo mundo reconhecem os resultados divulgados pelos moçambicanos, entre eles Cuba, China, Rússia, Angola, Nicarágua e Venezuela.