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Usuários somem de principal ponto da cracolândia, no centro de São Paulo

A rua dos Protestantes, na Santa Ifigênia, que abrigava atualmente a maior concentração de dependentes químicos na região central de São Paulo, exibia um cenário incomum na manhã desta terça-feira (13).

Não havia venda ou consumo de drogas no local, nem pessoas. Mesmo o local ao lado do muro construído pela prefeitura para isolar uma área com concentração de usuários, perto do cruzamento com a rua Gusmões, estava vazio.

Por volta das 11h, viaturas e equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana de São Paulo) se espalhavam pela rua dos Protestantes. Agentes de saúde que circulavam pelo local também esperavam por quem quisesse atendimento.

Nos arredores da rua dos Gusmões, comerciantes demonstraram surpresa com o esvaziamento da área e avaliaram como positiva a presença da GCM. Uma comerciante que preferiu não se identificar relatou que só percebeu a retirada das pessoas porque a rua parecia mais limpa, já que, em dias de movimentação, o local costumava estar sujo e ter muitas brigas.

Para um funcionário de um hotel nas proximidades, a ação tem contribuído para aumentar a sensação de segurança tanto para trabalhadores quanto para consumidores. Ele considerou que a melhoria no ambiente poderia beneficiar as hospedagens, já que muitos evitavam se hospedar na região por medo.

Algumas pessoas que pareciam buscar a concentração de usuários no espaço entre a General Couto de Magalhães e a Protestantes, onde fica o muro, deram meia-volta quando viram o local vazio. Segundo um agente de saúde, cerca de 20 pessoas haviam buscado atendimento médico e tinham sido levadas para outros lugares no início da manhã. A surpresa do técnico, que preferiu não se identificar, foi perceber que não havia um retorno de pessoas ao local após os períodos de atendimento.

Outros pontos na região, apelidados ao longo dos anos de cracolândia, também estavam vazios e tinham equipes de segurança ou de limpeza. A reportagem registrou que havia alguns usuários na praça Marechal Deodoro, perto da estação de metrô de mesmo nome. Mas pontos como a rua Helvétia, na altura da avenida São João, que chegaram e ter aglomeração de pessoas, estavam vazios.

Outras áreas, como imediações da avenida do Estado, no Bom Retiro, também tinham poucas pessoas usando drogas, o que não indica uma migração do público.

Procurada, a gestão Ricardo Nunes (MDB) enviou comentários do prefeito feitos durante uma agenda na manhã desta terça, nos quais ele diz não ter informações sobre o destino das pessoas.

“A gente tinha lá, em 2016, 4.000 usuários. Foi fazendo um trabalho, começamos mais fortemente em 2021, em 2022 reforçamos bastante, com ampliação da assistência social, equipe de saúde, polícia municipal, Polícia Militar e Polícia Civil. E aí foi gradativamente diminuindo. Não quer dizer que resolveu, não vamos ter essa ilusão”, disse Nunes.

Ele também se disse surpreso com a ausência de pessoas no local, mas afirmou que ocorria uma redução gradativa. “Todos os dias vinha reduzindo a quantidade de pessoas lá. Pessoas indo para tratamento, voltando para seus estados, aceitando internação.”

O prefeito também associou a redução de usuários às ações de demolição na favela do Moinho.

“A gente vai acompanhar mais uns dias, ver se alguém retorna para lá, se a gente ainda está tendo aí uma ação por conta dessa questão da favela do Moinho. Eu preciso ter sempre com vocês uma transparência, senão a gente perde a credibilidade. A transparência é o seguinte, pode ser que o movimento da favela do Moinho tenha feito alguma ação que zerou, que vai tirar 43 pessoas na sexta-feira, no sábado aparece praticamente sem ninguém.”

A Secretaria da Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) também disse, em comunicado divulgado nesta terça-feira, que ações do governo contribuíram para a redução, como o combate ao tráfico de drogas, prisões de lideranças criminosas na região e o fechamento de estabelecimentos que seriam usados para lavar dinheiro.

“Essas ações se somaram ao reforço no policiamento e a intensificação de investigações, separando o criminoso do dependente químico”, afirmou, no texto, o secretário Guilherme Derrite.

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